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Bilionário russo da indústria de fertilizantes vê crise alimentar por guerra

14 mar 2022, 10:48 - atualizado em 14 mar 2022, 10:48
Putin se recusa. Ele chamou a guerra de uma operação militar especial para livrar a Ucrânia de perigosos nacionalistas e nazistas (Imagem: Sputnik/Alexey Nikolsky/Kremlin via REUTERS)

Uma crise alimentar global se aproxima a menos que a guerra na Ucrânia seja interrompida, uma vez que os preços dos fertilizantes estão subindo tão rápido que muitos agricultores não podem mais comprar os produtos, disse nesta segunda-feira o bilionário russo do setor de fertilizantes e carvão Andrei Melnichenko.

Vários dos empresários mais ricos da Rússia pediram paz publicamente desde que o presidente Vladimir Putin ordenou a invasão em 24 de fevereiro, incluindo Mikhail Fridman, Pyotr Aven e Oleg Deripaska.

Os Estados Unidos e seus aliados europeus classificaram a invasão de Putin como uma apropriação de terras em estilo imperial que até agora foi mal executada, pois Moscou subestimou a resistência ucraniana e a determinação do Ocidente de punir a Rússia.

O Ocidente impôs sanções a empresários russos, incluindo medidas da União Europeia contra Melnichenko, congelou ativos estatais e isolou grande parte do setor corporativo russo da economia global, na tentativa de forçar Putin a mudar de rumo.

Putin se recusa. Ele chamou a guerra de uma operação militar especial para livrar a Ucrânia de perigosos nacionalistas e nazistas.

“Os eventos na Ucrânia são realmente trágicos. Precisamos urgentemente de paz”, disse à Reuters Melnichenko, 50, que é russo mas nasceu em Belarus e tem mãe ucraniana, em um comunicado enviado por e-mail por seu porta-voz.

“Uma das vítimas desta crise será a agricultura e alimentação”, disse Melnichenko, que fundou a EuroChem, uma das maiores produtoras de fertilizantes da Rússia, que se mudou em 2015 para Zug, na Suíça, e a SUEK, maior produtora de carvão da Rússia.

A invasão da Ucrânia pela Rússia matou milhares, deslocou mais de 2 milhões de pessoas e levantou temores de um confronto mais amplo entre a Rússia e os Estados Unidos, as duas maiores potências nucleares do mundo.

Guerra alimentar?

Putin alertou na quinta-feira passada que os preços dos alimentos aumentariam globalmente devido ao aumento dos preços dos fertilizantes se o Ocidente criasse problemas para a exportação de fertilizantes da Rússia –que responde por 13% da produção mundial.

A Rússia é um grande produtor de fertilizantes contendo potássio, fosfato e nitrogênio –os principais nutrientes das culturas e do solo.

A EuroChem, que produz nitrogênio, fosfatos e potássio, diz que é uma das cinco maiores empresas de fertilizantes do mundo.

A guerra “já levou ao aumento dos preços dos fertilizantes que não são mais acessíveis aos agricultores”, disse Melnichenko.

Ele afirmou que as cadeias de suprimentos de alimentos já interrompidas pela Covid-19 agora estão ainda mais perturbadas.

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