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Bilionário do minério de ferro mira em geração global de energia limpa

23 nov 2020, 13:57 - atualizado em 23 nov 2020, 13:57
Minério de Ferro
A Fortescue Metals, fundada por Forrest, começará a produção de combustível verde em 2022 ou 2023 e pretende desenvolver 235 gigawatts de energia limpa – equivalente a cerca de 20% da capacidade de geração total dos EUA (Imagem: twitte/Fortescue Metals)

O bilionário Andrew Forrest está entre os maiores exportadores de minério de ferro do mundo. Agora, sua meta é entrar no mercado de energias renováveis dentro de dois anos sob um plano ambicioso de produzir mais energia do que gigantes como Chevron.

A Fortescue Metals, fundada por Forrest, começará a produção de combustível verde em 2022 ou 2023 e pretende desenvolver 235 gigawatts de energia limpa – equivalente a cerca de 20% da capacidade de geração total dos EUA – com a utilização de energia eólica e solar e depois com a produção de hidrogênio e amônia, disse em entrevista à Bloomberg TV.

“Chegamos à decisão de que havia energia renovável suficiente no mundo …”, disse Forrest, também presidente do conselho da Fortescue. “Apenas temos que aplicar a tecnologia e a escala de sucesso da Fortescue para garantir que o combustível renovável possa competir com os combustíveis fósseis”, disse na segunda-feira.

A empresa com sede em Perth, que começou a exportar minério de ferro em 2008 e agora é a quarta maior exportadora do mundo, vai investir cerca de 1 bilhão de dólares australianos (US$ 732 milhões) em projetos de descarbonização e hidrogênio até 2023.

Forrest não ofereceu uma previsão sobre quando a empresa atingirá sua meta de capacidade de energia, nem deu mais detalhes sobre a estratégia para financiar a expansão.

A empresa com sede em Perth, que começou a exportar minério de ferro em 2008 e agora é a quarta maior exportadora do mundo, vai investir cerca de 1 bilhão de dólares australianos (US$ 732 milhões) (Imagem: Reuters/Jim Regan)

O plano de Forrest é se tornar um fornecedor de energia para setores industriais intensivos em carbono, incluindo a siderurgia, que estão sob crescente pressão de governos e investidores para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

A estratégia também coincide com passos de outras gigantes de energia, como BP e Royal Dutch Shell, que buscam aumentar a participação do segmento de renováveis em suas carteiras.

“Queremos ter um navio saindo de nossos portos a cada 30 minutos e realmente abastecer a indústria pesada mundial”, disse Forrest na entrevista. “Todos estamos à procura de um suprimento importante e regular de combustíveis renováveis, e a Fortescue está a caminho de fornecê-lo.”

Na escala desejada, o negócio de energia da Fortescue provavelmente seria mais valioso do que suas operações de minério de ferro, que em agosto divulgou lucro anual de U$ 4,7 bilhões, segundo Forrest.

A empresa discute projetos de energia com 31 países e planeja incluir outras 16 nações nas conversas, disse. O desenvolvimento do negócio de energia incluirá cooperação com os EUA e com a China.

Um foco inicial será na Austrália, onde a Fortescue faz a transição de suas operações de minério de ferro para energia renovável e, então, terá como objetivo fazer o mesmo em suas redes ferroviárias, portuárias e marítimas.

“O setor de energia renovável pode ser tão grande quanto ou até um empregador maior do que o segmento de carvão na Austrália”, disse Forrest. O setor de carvão do país emprega cerca de 50 mil pessoas, de acordo com dados do governo.