Internacional

Biden e Putin adotam tom conciliatório em início de negociações da ONU sobre armas nucleares

01 ago 2022, 18:20 - atualizado em 01 ago 2022, 18:20
“Isso ocorre em um momento de perigo nuclear não visto desde o auge da Guerra Fria”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres (Imagem: ONU/Jean-Marc Ferré)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta segunda-feira que está disposto a buscar um novo acordo sobre armas nucleares com a Rússia e pediu a Moscou que aja de boa fé, ao mesmo tempo em que o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que não pode haver vencedores em qualquer guerra nuclear.

Ambos os líderes emitiram comunicados escritos enquanto diplomatas se reuniam para uma conferência da ONU de um mês de duração para revisar o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP). A conferência aconteceria em 2020, mas foi adiada pela pandemia de Covid-19.

“Isso ocorre em um momento de perigo nuclear não visto desde o auge da Guerra Fria”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, na conferência. “A humanidade está a apenas um mal-entendido, um erro de cálculo, da aniquilação nuclear.”

Ele alertou que as crises “com conotações nucleares estão deteriorando-se”, citando Oriente Médio, Coreia do Norte e a guerra da Rússia na Ucrânia.

Poucos dias após a invasão da Rússia em 24 de fevereiro, Putin colocou as forças de dissuasão do país –que incluem armas nucleares– em alerta máximo, citando o que ele chamou de declarações agressivas de líderes da Otan e sanções econômicas ocidentais contra Moscou.

Mas em uma carta aos participantes da conferência de revisão do TNP, Putin escreveu: “Partimos do fato de que não pode haver vencedores em uma guerra nuclear e ela nunca deve ser desencadeada, e defendemos uma segurança igual e indivisível para todos os membros da comunidade mundial”.

O controle de armas é tradicionalmente uma área em que o progresso global tem sido possível, apesar de divergências mais amplas. A conferência da ONU acontece cinco meses depois que a Rússia invadiu a Ucrânia e à medida que as tensões entre EUA e China aumentam em relação a Taiwan, a ilha autogovernada reivindicada por Pequim.

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“Ataque de hackers?”

No ano passado, Moscou e Washington prorrogaram seu novo tratado START, que limita o número de ogivas nucleares estratégicas que eles podem implantar e limita os mísseis e bombardeiros terrestres e submarinos.

“Meu governo está pronto para negociar rapidamente uma nova estrutura de controle de armas para substituir o novo START quando expirar em 2026”, disse Biden. “Mas a negociação exige um parceiro disposto a operar de boa fé.”

“A Rússia deve demonstrar que está pronta para retomar o trabalho de controle de armas nucleares com os Estados Unidos”, afirmou ele.

Perguntado sobre a declaração, uma fonte do Ministério das Relações Exteriores da Rússia questionou a seriedade das intenções de Washington, dizendo à Reuters: “Esta é uma declaração séria ou um ataque de hackers ao site da Casa Branca? Se ainda for sério, com quem exatamente eles pretendem discutir isso?”

Biden também pediu que a China “se envolva em negociações que reduzam o risco de erro de cálculo e abordem dinâmicas militares desestabilizadoras”.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse na conferência da ONU que Washington está comprometida em buscar um pacote abrangente de redução de risco que inclua canais de comunicação seguros entre os Estados com armas nucleares.

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