Biden chega a acordo sobre teto da dívida nos EUA e votação pode ocorrer na próxima semana
O presidente dos Estados Unidos Joe Biden e o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, chegaram a um “acordo preliminar” para elevar o teto da dívida e aumentar a capacidade de endividamento do país. O acordo foi feito neste sábado (27), enquanto republicanos e democratas corriam para evitar um calote (“default”) potencialmente catastrófico dos EUA.
“O acordo representa um compromisso, o que significa que nem todos conseguem o que querem”, disse Biden em comunicado no fim da noite de sábado. “Essa é a responsabilidade de governar”, emendou.
Agora, a Casa Branca se apressa em redigir e publicar um texto do projeto de lei. Isso porque a proposta ainda precisa ser votada. A expectativa é de que a votação aconteça no início da próxima semana.
McCarthy disse que a Câmara dos Representantes deve votar o projeto na quarta-feira (31). Com isso, o Senado teria tempo para revisar a proposta antes do prazo final de 5 de junho.
Caso seja aprovado, evita-se um shutdown do governo dos EUA. No entanto, se não houver uma extensão do teto da dívida até esta data, a situação pode desencadear um calote geral dos EUA, com forças para abalar os mercados financeiros e levar o país a uma recessão profunda.
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Oposição acirrada
McCarthy minimizou neste domingo (28) a crítica veemente entre os radicais do partido a um novo acordo com o presidente Biden para suspender o teto da dívida de US$ 31,4 trilhões. O acordo suspende o teto da dívida até janeiro de 2025, após a eleição presidencial de novembro de 2024. Em troca, prevê a imposição de limites de gastos, além de cortes em programas de governo.
Segundo McCarthy, a maioria dos republicanos da Câmara apoia o projeto. Ele rejeitou as ameaças de oposição, dizendo que “mais de 95%” dos republicanos da Câmara estavam “extremamente entusiasmados” com o acordo.
No entanto, republicanos de mais linha-dura, favoráveis à candidatura de Donald Trump, já ameaçam boicotar a proposta. Além disso, depois de negociações bastante acirradas para chegar a um acordo provisório com a Casa Branca sobre o limite do teto da dívida, outros republicanos da Câmara e do Senado também criticaram o cronograma do acordo e alguns dos termos.
Os republicanos controlam a Câmara com 222 membros contra 213, e os democratas são a maioria no Senado (51 a 49).
*Com agências internacionais