Bicicletas de designer holandês se popularizam em pandemia
Há cerca de um mês, Taco Carlier notou algo atípico. Uma ferramenta para medir o desempenho diário da empresa holandesa de bicicletas fundada por ele começou a registrar fortes picos: pré-encomendas, pesquisas na Internet, inscrições para a newsletter, pedidos da imprensa e cliques em publicidade
“Não sabíamos o que estávamos vendo, a princípio pensamos que o painel estava quebrado”, disse Carlier, diretor-presidente da VanMoof. “Mas os dados estavam corretos.”
Nas semanas seguintes, os negócios registraram forte crescimento. Consumidores de diversos países, como Canadá, Israel e Austrália, “imploram” pelas bicicletas VanMoof, com sua estrutura distinta e pneus grossos, que são vendidas por 1.998 euros.
VanMoof conseguiu 12,5 milhões de euros em novos fundos da empresa de capital de risco Balderton Capital e fez uma parceria com a fabricante de Taiwan Sinbon Electronics para aumentar a produção para 10.000 unidades por mês, mais do que o triplo do volume anterior.
Agora, as previsões de crescimento que Carlier esperava ao longo de uma década podem se materializar em menos de quatro meses, disse.
O sucesso da VanMoof destaca a mudança de comportamento provocada pelo coronavírus. O ciclismo, embora já seja obsessão nacional nos Países Baixos, passa por um renascimento global, quando as pessoas evitam o transporte público para percorrer as cidades em bicicletas, de preferência com motor elétrico.
Governos na Europa se apressaram em fechar estradas, mas abriram ciclovias como alternativa para ônibus e trens lotados, onde o coronavírus poderia se espalhar facilmente.
Milão, por exemplo, introduzirá uma ciclovia de oito quilômetros para reduzir o uso de carros após o confinamento, enquanto o Reino Unido prometeu investir 2 bilhões de libras para promover o ciclismo. Berlim promoveu outdoors gigantes pedindo ao público que usasse bicicletas para viagens curtas.