‘Bíblia do liberalismo’ indica apoio em Lula
A revista britânica The Economist, considerada a bíblia do liberalismo, afirmou em editorial publicado na noite da última terça-feira (4) que só o candidato Luiz Inácio Lula da Silva pode impedir o que a publicação chamou de “ameaça à democracia”.
“Bolsonaro convenceu muitos brasileiros de falsidades aterrorizantes sobre Lula, como que ele fecharia igrejas. O presidente incentivou seus apoiadores a desconfiarem tanto do sistema de votação eletrônica do Brasil quanto de sua mídia tradicional de verificação de fatos. Se ele perder, ele pode alegar que ganhou e exortar seus apoiadores a irem às ruas. Um segundo mandato para um homem assim seria ruim para o Brasil e para o mundo”, diz trecho do editorial.
Para ganhar, Lula precisa ir ao centro
Apesar disso, a The Economist alerta que se o ex-presidente Lula quiser ganhar a eleição, terá que caminhar para o centro.
“Ele deve nomear publicamente um economista moderado como sua escolha para ministro da Economia e deve garantir aos agricultores que não tolerará invasões de terras organizadas por movimentos sociais próximos ao seu partido (isso não é tão comum quanto os proprietários de terras afirmam, mas amplamente temido)”, explica.
A revista diz também que o candidato deveria se comprometer a não nacionalizar nenhuma indústria e parar de brincar com “a perigosa ideia de interferir na liberdade de imprensa do Brasil”.
Ademais, a The Economist lembra que, no caso da corrupção, o ex-presidente precisa fazer um mea-culpa. Lula passou 18 meses na prisão por aceitar propina e foi libertado em 2019 depois que suas condenações foram anuladas.
“Aos olhos de muitos eleitores, a mancha de corrupção ainda paira sobre ele e seu Partido dos Trabalhadores por causa da Lava Jato, um grande escândalo de suborno centrado na gigante estatal do petróleo“, coloca.
Para a publicação, o temor de parte do eleitorado, principalmente de regiões como Sul e Sudeste, a Lula se resume em que o ex-presidente possa ser muito brando com a corrupção e muito esquerdista na economia.
“Mente como respira”
Em outro trecho do texto, a The Economist diz que Jair Bolsonaro é um populista trumpiano, que mente tão facilmente quanto respira e imagina conspirações em todos os lugares.
“Ele não faz nenhum esforço para impedir a destruição da floresta amazônica”, afirma.
O editorial do The Economist casa com a percepção de alguns gestores de que o estrangeiro tende a preferir Lula, enquanto o doméstico prefere Bolsonaro.
Segundo Fabio Kanczuk, da ASA Investments e ex-BC, as pautas ESG e da Amazônia de um eventual governo petista agradariam o investidor internacional, enquanto o atual presidente teria mais apoio no setor privado local pela política de redução do Estado.
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