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BHP vai investir US$ 400 mi para combater mudança climática

23 jul 2019, 12:49 - atualizado em 23 jul 2019, 12:49
A BHP pretende trabalhar com o setor siderúrgico e outros segmentos e definirá metas públicas de ação sobre as emissões dos clientes, disse Mackenzie (Imagem: Carla Gottgens/Bloomberg)

A BHP, maior mineradora do mundo, prometeu investir US$ 400 milhões em pesquisa para combater as emissões de carbono causadas por seus clientes, como siderúrgicas.

O anúncio feito pelo presidente da empresa, Andrew Mackenzie, indica que a BHP decidiu seguir por um caminho diferente das rivais para efetivamente reduzir a poluição dos setores que compram seus minerais. A empresa planeja acelerar investimentos nos próximos cinco anos em áreas que incluem o desenvolvimento da tecnologia de captura e armazenamento de carbono dentro de uma iniciativa mais ampla para ajudar os clientes a mitigar seu impacto na mudança climática, disse Mackenzie.

“Aqueles que desfrutam dos benefícios de nossos produtos devem ser capazes de fazê-lo com cada vez menos impacto”, disse Mackenzie em Londres na terça-feira. “Devemos assumir um papel de administração de produtos para todas as emissões em toda nossa cadeia de valor.”

A BHP pretende trabalhar com o setor siderúrgico e outros segmentos e definirá metas públicas de ação sobre as emissões dos clientes, disse Mackenzie. Os consumidores de produtos da BHP, como o minério de ferro, geram quase 40 vezes mais emissões do que as próprias operações de mineração da empresa.

Mineradoras, juntamente com petroleiras e fabricantes de cimento, estão sob pressão de grupos de investidores em relação às questões climáticas. Por isso começaram a estabelecer metas mais rigorosas para as chamadas emissões de escopo 1, as quais as operações emitem dióxido de carbono diretamente na atmosfera, e emissões de escopo 2, que estão relacionadas à eletricidade que as empresas compram para projetos de energia.

No entanto, as gigantes do setor de mineração discordam sobre como abordar a questão mais ampla das emissões de escopo 3, aquelas geradas pelos clientes como resultado do uso dos produtos vendidos pelas mineradoras.

Aceitar a responsabilidade pelas emissões de escopo 3 pode ajudar a união em torno de uma causa comum para reduzir seu impacto, disse Mackenzie.

“Isso deve atrair mais pessoas para a solução”, disse. “Em vez de dizermos ’não tem nada a ver comigo’. ”

Embora a Rio Tinto tenha feito um apelo para que siderúrgicas e governos tomem medidas para reduzir as emissões, a empresa insiste que não deveria ser responsável por implantar tecnologias ou estabelecer metas para conter as emissões.

A BHP calcula que seus produtos geraram emissões de escopo 3 de mais de 590 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente nos 12 meses até julho do ano passado, em comparação com as emissões combinadas de escopo 1 e escopo 2 de cerca de 16,5 milhões de toneladas. As emissões de escopo 3 da Rio Tinto totalizaram 536 milhões de toneladas em 2018, segundo dados de fevereiro.

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