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Bettamio, do BofA, prevê o dobro de emissão de ações no Brasil

30 jan 2020, 9:16 - atualizado em 30 jan 2020, 9:16
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É provável que esse ritmo continue nos próximos anos, levando a um fluxo total de R$ 400 bilhões para ações dos investidores locais (Imagem: YouTube/B3)

O Bank of America espera um aumento na venda de ações do Brasil em 2020, mesmo após 2019 já ter sido o maior ano para o mercado em uma década.

“Com o esperado crescimento econômico, devemos ter uma coqueluche de emissão de ações no Brasil”, disse Alexandre Bettamio, presidente para América Latina do banco, em entrevista em Nova York.

Os investidores brasileiros estão transferindo uma média de R$ 3 bilhões por semana para ações desde a eleição do presidente Jair Bolsonaro em outubro de 2018. Esse número vem se acelerando, com os fluxos para fundos de ações locais do Brasil atingindo R$ 5,4 bilhões na semana passada, o mais alto desde que os dados foram disponibilizados em 2014, disse ele.

É provável que esse ritmo continue nos próximos anos, levando a um fluxo total de R$ 400 bilhões para ações dos investidores locais, à medida que taxas de juros em recorde de baixa estimulam os poupadores a procurar novos tipos de investimentos, prevê Bettamio.

As emissões de ações que se aproveitam de toda essa demanda podem mais que dobrar em 2020 em relação aos R$ 115 bilhões do ano passado, disse ele.

Uma série de tendências positivas está impulsionando o mercado, de acordo com Bettamio, que citou disciplina fiscal, inflação fraca, um “desmantelamento saudável” da propriedade do Estado por meio de vendas de ações e privatizações e reformas da Previdência Social que levarão a uma redução de gastos públicos.

O índice de referência Ibovespa saltou 32% no ano passado e mais que dobrou desde o final de 2015. As vendas de ações mais que triplicaram em 2019, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Os ganhos ocorreram mesmo em meio ao crescimento econômico morno, que desacelerou para 1,1% em 2019 ante 1,3% no ano anterior.

A equipe de pesquisa global do Bank of America espera que a economia cresça 2,4% este ano, uma previsão mais otimista do que a média de 2,2% dos analistas consultados pela Bloomberg.

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