‘Beira ao trabalho escravo’; Ministro do Trabalho promete regulamentação de trabalho em aplicativos
O ministro do Trabalho Luiz Marinho prometeu a criação de um grupo de trabalho para discutir a regularização dos profissionais que trabalham para aplicativos, principalmente os de mobilidade. As declarações foram feitas em evento nesta quarta-feira (18) que contou com a presença de líderes sindicais e também do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
“Nós acompanhamos a angústia de trabalhadores e trabalhadoras dos aplicativos que, muitas vezes, tem de trabalhar 14, 16 horas por dia para poder levar o pão e o leite pra casa. Isso, no meu conceito de trabalho, beira ao trabalho escravo”, disse o ministro.
Em seguida, ele procurou esclarecer o que pretende o grupo de trabalho. “As empresas de aplicativo, das plataformas, não se assustem. Não há aqui nada demais a não ser o proposito de valorizar o trabalho. Valorizar o trabalho e trazer a proteção social”, esclareceu Marinho.
Para ele, não é possível que um trabalhador de entrega em uma moto, em uma bicicleta , que se aventura no trânsito e vem a sofrer um acidente, não tenha proteção durante o período em que não está trabalhando. “É evidente que o aplicativo está presente em praticamente todos os segmentos da economia, mas nesse exemplo quem protege o trabalhador no período em que ele perde sua capacidade de trabalho?”, indaga.
Segundo o ministro, é essa questão que precisa ser resolvida “de uma vez por todas”. Além disso, Marinho ressaltar a necessidade de trabalhar o próprio processo de valorização da profissão.
Em outra fala, o ministro do Trabalho esclareceu que serão criados outros dois grupos de trabalho para discussão de assuntos relacionados ao mercado de trabalho.
“Além do despacho que o presidente Lula acabou de assinar constituindo o grupo de trabalho entre representantes das centrais e o governo para em 45 dias construir uma proposta de retomada de politica de valorização do salário mínimo, teremos em 30 dias mais dois grupos de trabalho que nós estamos discutindo e vamos constituir que é o grupo de trabalho da valorização na negociação coletiva e da reorganização e fortalecimento dos sindicatos brasileiros porque é um processo democrático que necessita de sindicatos fortes”, finalizou.