Bê-a-bá Cripto: por que o preço do bitcoin é tão volátil?
Não é novidade que o preço do bitcoin é uma grande montanha-russa. De US$ 200 em 2015 para US$ 20 mil em 2017 e US$ 12 mil em 2020, vejamos quais fatores causam sua oscilação de preço.
Segundo o Decrypt, o termo “volatilidade” se refere à variação no valor de um ativo ao longo do tempo.
Um ativo altamente volátil, como o bitcoin, pode ter uma movimentação drástica de preço em poucas horas. O oposto da volatilidade é a “estabilidade”.
Stablecoins, como tether (USDT) e USD Coin (USDC), são lastreadas ao dólar americano, então têm baixa volatilidade e seu valor não varia muito ao longo do tempo.
Muitos dizem que o bitcoin não tem potencial, mas a volatilidade não é um sinal ruim. Indica sinais de risco, que podem ser atrativos para uns, mas preocupantes para outros.
Pequeno mercado
Apesar de ter uma capitalização de mercado de quase US$ 240 bilhões (o mercado cripto, como um todo está na casa dos US$ 392 bilhões), o bitcoin é apenas um “barquinho num grande oceano de ativos”.
Para fins de comparação, Apple possui uma capitalização de US$ 2 trilhões; JPMorgan, US$ 311 bilhões. Em relação ao restante do mercado tradicional, o bitcoin é minúsculo. Seu pequeno tamanho de mercado amplia o efeito de todos os outros fatores que influenciam a volatilidade.
Baleias
O termo “baleia” se refere a um investidor que possui “grandes bolsos” e que conseguem mover o mercado ao comprar e vender grandes quantias.
Baleias de cripto podem fornecer sinais de preço importantes para alertar investidores, algo que não é tão comum em mercados maiores como ouro e ações.
Liquidez
Liquidez, segundo o Decrypt, se refere à disponibilidade de câmbio ou negociação de um ativo. Muita liquidez indica que existem muitos compradores e vendedores dispostos a negociarem no mercado.
Já pouca liquidez pode fazer com que um ativo varie ainda mais; uma grande “baleia” poderia fazer o pequeno barquinho do bitcoin balançar bastante, por exemplo.
Bifurcações
Bifurcações (ou “forks”) acontecem quando desenvolvedores ou usuários de uma plataforma cripto não chegam a um consenso e decidem dividir a rede em duas — por isso existe bitcoin (BTC), bitcoin cash (BCH) e bitcoin satoshi vision (BSV), bem como ethereum (ETH) e ethereum classic (ETC).
Essas “brigas” resultam em incertezas sobre o futuro de um projeto, o que resulta em volatilidade, já que investidores tentam prever o que irá acontecer após a bifurcação e realizam novas estratégias, fazendo com que o preço oscile.
Especulação
Satoshi Nakamoto, o anônimo criador do protocolo Bitcoin, o desenvolveu para ser um sistema de dinheiro eletrônico mas, devido à volatilidade da criptomoeda, muitos o consideram como uma reserva de valor, assim como o ouro.
Alguns criticam que o bitcoin não vale nada porque não possui lastro (clique aqui para entender mais) enquanto outros defendem que seu fornecimento limitado e descentralizado indica que ele tem mais valor do que qualquer outro ativo existente.
Assim, críticas e defesas resultam em especulação e, até mesmo, desespero.
Notícias
Esta semana, o bitcoin atingiu uma alta de US$ 13 mil, gerando furor no mercado cripto.
Diversos fatores como o investimento institucional de grandes nomes como Tudor Jones, MicroStrategy e Square, que afirmam que o bitcoin pode ser usado como proteção contra a crescente inflação do dólar americano, influenciaram bastante essa recente alta.
Outro direcionador de preço do bitcoin foi o anúncio de que o PayPal finalmente disponibilizou a aquisição e compra de criptoativos em sua plataforma.
O mercado cripto vai crescer conforme cada vez mais pessoas acreditarem no potencial da indústria, mais regulamentações claras forem implementadas e mais investidores institucionais decidirem participar, trazendo mais tecnologia e apoio para o bitcoin.
Assim, a volatilidade diminuirá ao longo do tempo e o pequeno barco do bitcoin ficará mais robusto para navegar pelas águas do grande mercado.