Bê-a-bá Cripto: o bitcoin é lastreado por alguma coisa?

O argumento de muitos críticos do bitcoin (BTC) é que a criptomoeda não tem valor porque não é lastreada por algo físico. 

O bitcoin não vale nada? Como não se, segundo o Decrypt, é a sexta moeda mais valiosa do mundo, seguida do dólar, euro, yuan, iene e da rúpia?

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É importante relembrar que, no século passado, papéis-moeda e cunhagem poderiam ser trocadas por ouro. Isso acontecia porque grande parte dos países seguiam o padrão-ouro, em que governos anunciavam uma taxa de câmbio fixa para moedas nacionais e ouro. 

Para tal, países precisavam ter reservas de ouro em seus cofres para fornecer suporte à moeda em circulação e certificar que cidadãos sempre pudessem trocar seu dinheiro por ouro caso desejassem.

Porém, a Grande Depressão entre 1929 e 1939 impediu que esse padrão-ouro continuasse, pois as reservas de ouro eram escassas.

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Logo, países gradualmente mudaram para um modelo fiduciário em que a moeda nacional não era lastreada por uma commodity como o ouro e, assim, bancos centrais poderiam imprimir dinheiro conforme precisassem. 

Apesar de não ter valor intrínseco, o valor das fiduciárias é estabelecido por mudanças na oferta e na demanda, fomentadas pelo governo.

Assim, moedas fiduciárias (nacionais) não são formalmente lastreadas em nada, então é falho acreditarmos que serão aceitas em troca de bens e serviços.

Nossa confiança em fiduciárias resulta no poder de compra e no valor dessas moedas. Porém, não sabemos o que irá acontecer no futuro, ou seja, o valor das fiduciárias é apenas uma possibilidade, e não uma garantia.

Assim como o dólar americano, o bitcoin não é lastreado por uma commodity física, ou seja, seu valor deriva de outras formas.

O atrativo do bitcoin é a sua descentralização. Dessa forma, não há uma autoridade que comande o bitcoin e o blockchain, assim como o Federal Reserve controla a emissão de dólares.

Atualmente, o bitcoin possui uma unidade individual de valor de mais de US$ 10 mil e uma capitalização de mercado de mais de US$ 200 bilhões e, por isso, é considerada valiosa para muitas pessoas.

A criptomoeda não é lastreada por um ativo físico, e sim por fórmulas matemáticas bem complicadas que servem de alicerce para seu blockchain e seu fornecimento controlado. 

“Se você não acredita no Bitcoin, você está basicamente dizendo que não acredita na criptografia”, afirmou Anthony Pompliano à CNBC. Ele afirma que a tecnologia blockchain fornece valor inerente ao bitcoin como se ele fosse um padrão-ouro para criptoativos.

A rede Bitcoin é muito impressionante pois foi o primeiro sistema monetário no mundo que conseguiu operar, com sucesso, sem interferência de um agente central.

Outro fator que indica o valor do bitcoin é que milhares de comerciantes aceitam bitcoin como pagamento por bens e serviços — no Brasil, por exemplo, é possível pagar por serviços do iFood, Evino e 88i em criptomoedas ou via boleto bancário graças à Bitfy.

A criptomoeda também é considerada como uma proteção contra a inflação do mercado tradicional, pois é menos correlacionada com os mercados acionários que outros ativos tradicionais.

O bitcoin ainda está um pouco longe da ampla adesão, de ter a mesma confiança que cidadãos em todo o mundo têm em suas moedas nacionais. Porém, conforme a indústria de criptoativos cresce, a confiança no bitcoin também irá crescer.

Confira como se dá a escassez do bitcoin, o que falta para o bitcoin se tornar a moeda mundial e as diferenças e semelhanças entre a criptomoeda e o ouro.