Bê-a-bá Cripto: criptomoedas ou criptoativos?
Na nossa série “Bê-a-bá Cripto“, apresentamos diversos conteúdos específicos para que você entenda o passo a passo do mercado cripto.
Hoje, explicaremos a diferença entre dois termos fundamentais que sempre aparecem em nossas matérias no Crypto Times: criptomoedas e criptoativos.
O que são criptomoedas?
“Criptomoeda”, do inglês “cryptocurrency”, se refere a uma moeda digital e criptografada, que é única, não divisível e transferível.
Cada transação possui uma assinatura eletrônica que identifica quem enviou, para quem e quanto está sendo enviado.
Essas transações são registradas em um blockchain, um sistema digital que não permite que os dados armazenados nele sejam alterados ou excluídos, garantindo segurança, transparência e imutabilidade.
Para que a transação seja completada, acontece o processo de mineração, em que um grupo de pessoas usa poder computacional para descobrir uma solução matemática (chamada de “hash”) para ter o direito de transmitir as transações recentes para a rede blockchain, onde tudo fica registrado e disponível para consulta a qualquer momento e de qualquer lugar.
Fabrício Alexandre: não entende
o que é bitcoin e blockchain?
Conheça a analogia das caixas de vidro
Assim como uma transação bancária, é preciso que alguém envie uma certa quantia a outra pessoa.
Digamos que eu queira enviar 1 BTC para você. Eu preciso de sua chave pública, uma série de caracteres e números aleatórios (que atua como seu e-mail), para que esse bitcoin vá diretamente para você.
Daqui a dez minutos, depois que eu enviar o bitcoin para você, você precisará acessar sua chave privada (que serve como sua senha), a qual só você tem acesso e verá que as criptomoedas chegaram até você rapidamente, sem ter que esperar dias para recebê-las.
Lembrando que o remetente da transação precisa pagar a esses mineradores uma pequena taxa pelo trabalho gasto na rede para que estes enviem a quantia ao destinatário de forma rápida.
O bitcoin que você recebeu pode ser usado para pagamentos de diversos serviços que aceitem a criptomoeda. As possibilidades são infinitas.
Resumindo, criptomoedas passam pelo processo de mineração até chegaram ao destinatário em questão de minutos.
A praticidade das criptomoedas retira os intermediários, como bancos, que cobram taxas absurdas quando você ultrapassa o limite de transferências pré-estabelecido, impedindo o acesso a serviços financeiros para quem mais precisa.
É importante destacar que criptomoedas têm um fornecimento total fixo, evitando que sejam emitidas quando for conveniente (como dólares americanos), garantindo escassez e segurança.
No blockchain, em questão de segundos, milhares de bitcoins são transacionados graças ao poder computacional aplicado por mineradores da indústria.
As principais criptomoedas, ou sejam, moedas que precisam passar pelo processo de mineração, são bitcoin (BTC), ether (ETH), bitcoin cash (BCH), litecoin (LTC), monero (XMR), tezos (XTZ) e zcash (ZEC).
Entender, em detalhes, o que é bitcoin e o que é Ethereum.
Você precisa se atentar às criptomoedas que realmente cumprem com sua função de meio de pagamento e reserva de valor, pois algumas têm muito dinheiro envolvido, mas nenhuma utilidade. Para descobrir quais são, ouça as edições #46 e #52 do podcast Crypto Storm.
Outros ativos que entram no escopo das criptomoedas são stablecoins, as moedas estáveis, de preço fixo a uma moeda nacional, como o dólar. Clique aqui para entender o que são e como funcionam.
Por servirem como meio de pagamento, stablecoins são considerados como criptomoedas, pois são transacionadas dentro do blockchain. As principais são tether (USDT), USD Coin (USDC), paxos (PAX), brazilian digital token (BRZ), DAI (DAI) e Libra (LBR).
Também podemos considerar as moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) como criptomoedas, pois são uma versão digital de moedas nacionais (fiduciárias ou “fiat”), como o yuan digital da China, o sand dollar das Bahamas e o possível euro digital da União Europeia.
O que são criptoativos?
“Criptoativo”, do inglês “cryptoasset” (também chamado de “cryptotoken”), é um ativo que têm uma utilidade específica em determinada plataforma.
É diferente de criptomoeda, pois não passa pelo processo de mineração. Em vez disso, dependendo do projeto, pode ter uma emissão fixa e ser usado para obter serviços dentro de uma plataforma, como um meio de troca entre usuários.
Um exemplo é o token MKR, da plataforma MakerDAO. Protocolo conhecido por dar voz aos usuários sobre futuras mudanças, MakerDAO pede que “eleitores” apliquem uma certa quantia do token MKR no contrato de votação para garantir seu comprometimento em fazer parte das decisões.
Quanto mais tokens MKR forem bloqueados no contrato, maior será o poder de tomada de decisão do votante.
Assim, o MKR tem função na plataforma MakerDAO e é negociado em corretoras, mas não tem outro propósito além do sistema do protocolo.
Outro exemplo de token é o binance coin (BNB), nativo da corretora Binance. Com ele, usuários podem acessar serviços da corretora e obter descontos em taxas de transação, incapazes de serem obtidas com qualquer outro ativo na plataforma.
BNB é um exemplo de “exchange token”, pois foi criado para servir um propósito na corretora Binance, ou seja, um meio de troca/câmbio.
Clique aqui para conhecer os principais tipos de tokens.
Por existirem inúmeros tipos de tokens que têm diferentes finalidades, criptoativos podem ser considerados o escopo que engloba tudo no universo cripto: criptomoedas, stablecoins, CBDCs, tokens, plataformas, protocolos, blockchains…
Isso porque o Bitcoin (com letra maiúscula quando falamos do sistema), além de ser o protocolo que deu início a tudo e ser a primeira criptomoeda descentralizada do mundo (neste caso, bitcoin, com letra minúscula), tudo o que vem depois dele entra no termo guarda-chuva dos criptoativos.
É como se pensássemos na invenção da internet: antes, era para ser uma rede de pesquisa para militares. Depois, possibilitou a troca de mensagens entre pessoas (e-mail), consulta e pesquisas (Google), a preservação do contato com amigos à distância (redes sociais) e assistir a filmes (streaming). Tudo o que veio depois ainda existe “na internet”.
Assim, nós, do Crypto Times, desejamos ser a fonte que cobre de criptomoedas a criptoativos:
Desejamos que você compreenda os aspectos básicos (criptomoedas) — como bitcoin, blockchain, stablecoin, mineração —, mas também acompanhe o dia a dia do mercado cripto, com seus diversos projetos e inovações que visam, cada vez mais, melhorar a forma como lidamos com nossas finanças (criptoativos).
Confira outros artigos que explicam a você o passo a passo deste mercado em “Bê-a-bá Cripto” e, como complemento, ouça ao podcast Crypto Storm, com André Franco e Vitor Borges: