ESG

BDMG prepara captação de US$ 100 milhões em títulos verdes com apoio do BID

28 jul 2020, 10:55 - atualizado em 28 jul 2020, 10:55
BDMG Banco de Minas Gerais
Segundo o BDMG, esta é a primeira operação do tipo do BID com um banco de desenvolvimento no Brasil (Imagem: Divulgação/BDMG)

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) prepara uma captação de cerca de 100 milhões de dólares com títulos verdes, com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O banco mineiro de fomento apresenta nesta terça-feira um framework, documento que detalha o enquadramento de empresas ou projetos que podem ser alvos de recursos da captação, uma antessala da captação em si, que deve sair nos próximos meses.

Segundo o BDMG, esta é a primeira operação do tipo do BID com um banco de desenvolvimento no Brasil que, apesar das vastas oportunidades de projetos ambiental e socialmente responsáveis, está apenas engatinhando no mercado de títulos verdes.

Estes papéis financiam projetos em áreas como agricultura sustentável, educação, mobilidade urbana, inovação e saneamento básico.

O representante do BID no Brasil, Morgan Doyle, disse que enquanto Estados Unidos já emitiram cerca de 170 bilhões de dólares nesse mercado, e China, 100 bilhões de dólares, a América Latina chega a cerca de 5,7 bilhões de dólares.

Os títulos do BDMG, com prazo previsto de ao menos 5 anos, devem ser listados na Bolsa de Londres ou na de Luxemburgo.

A expectativa é de que a emissão seja o primeiro passo de uma série de outras do tipo, à medida que a legislação federal ampliou em junho o escopo de projetos que podem se credenciar a receber recursos dos chamados títulos verdes, incluindo projetos de infraestrutura, de desenvolvimento econômico e de pesquisa.

Segundo o presidente do BDMG, Sergio Suchodolski, só no primeiro semestre deste ano, o banco já desembolsou cerca de 400 milhões de reais para projetos elegíveis para os títulos verdes.

“Demanda pelos recursos posso garantir que não vai faltar”, disse Suchodolski em entrevista.

Vale
Há inclusive possibilidade de conceder empréstimos para projetos ligados à recuperação de Mariana e Brumadinho (Imagem: Reuters/Washington Alves)

Como é um ente independente do governo mineiro, há anos afundado numa grave crise fiscal, o BDMG tem capacidade própria de endividamento. Os recursos, disse o executivo, podem ser canalizados tanto para municípios mineiros como para empresas e projetos privados.

Há inclusive possibilidade de conceder empréstimos para projetos ligados à recuperação de municípios atingidos pelos desastres ambientais de Mariana e Brumadinho.

A iniciativa ocorre num cenário de relações estremecidas entre o governo Bolsonaro e grandes investidores institucionais estrangeiros devido a questões como desmatamento e queimadas na Amazônia.

Ao mesmo tempo, investimentos ligados a meio ambiente, sociais e a governança (ESG, na sigla em inglês) têm ganhado crescente interesse por parte de grandes empresas industriais, de instituições financeiras e de gestores de recursos.

“O Brasil tem várias histórias positivas ligadas à sustentabilidade e há investidores no exterior interessados nisso”, disse Doyle.

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reuters@moneytimes.com.br
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