Banco Central Europeu (BCE)

BCE terá que elevar juros, mas possivelmente em um ritmo mais lento, dizem autoridades

29 mar 2023, 8:40 - atualizado em 29 mar 2023, 8:40
BCE
O economista-chefe do BCE, Philip Lane, que faz as propostas formais para seus 25 colegas, disse que seu cenário básico é de que a turbulência se dissipe e, então, as taxas precisariam subir várias vezes (Imagem: REUTERS/Wolfgang Rattay)

As taxas de juros do Banco Central Europeu provavelmente terão que subir ainda mais para conter a inflação, disseram autoridades do nesta quarta-feira, mas pelo menos um conservador apresentou a ideia de uma desaceleração no ritmo de aumentos.

O BCE elevou os juros em um total de 350 pontos-base desde julho, mas não ofereceu nenhuma orientação para sua próxima reunião em 4 de maio, argumentando que a recente tensão no mercado financeiro pode derrubar qualquer plano.

O economista-chefe do BCE, Philip Lane, que faz as propostas formais para seus 25 colegas, disse que seu cenário básico é de que a turbulência se dissipe e, então, as taxas precisariam subir várias vezes.

  • Entre para o Telegram do Money Times! Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo. Clique aqui e faça parte!

“Sob nosso cenário básico, para garantir que a inflação caia para 2%, serão necessários mais aumentos”, disse Lane segundo o jornal alemão Die Zeit. “Se o estresse financeiro que vamos vemos for diferente de zero, mas ainda bastante limitado, as taxas de juros ainda precisarão subir.”

O chefe do banco central da Eslováquia, Peter Kazimir, um defensor de aumentos rápidos dos juros defendeu no entanto altas mais lentas após três aumentos consecutivos de 50 pontos.

“Pessoalmente, acho que se não nos desviarmos significativamente do cenário básico, não devemos desistir, isso quer dizer que devemos continuar aumentando as taxas de juros, talvez em um ritmo mais lento, mas devemos continuar”, disse ele em coletiva de imprensa.

Kazimir disse estar vendo uma queda no apetite dos investidores por fornecer capital aos bancos, o que poderia reduzir os empréstimos e prejudicar o crescimento.

Ações do bancárias caíram este mês após o colapso do Silicon Valley Bank nos Estados Unidos e a venda do Credit Suisse, mas os mercados estão calmos esta semana, com as ações recuperando grande parte de suas perdas.

Lane argumentou que os bancos da zona do euro estavam bem capitalizados, de modo que não há comparação direta das tensões bancárias dos EUA e da Suíça com o bloco de 20 moedas, mas o BCE está pronto, de qualquer forma, para fornecer liquidez.

Lane também disse que, mesmo que a inflação ainda esteja alta, os estágios iniciais da produção mostram pressões de preços moderadas e, eventualmente, repercutirão nos preços ao consumidor.

“Se você olhar para os estágios iniciais da produção, para os preços ao produtor, para os preços dos ingredientes alimentícios, você reconhecerá: tudo isso mudou”, disse Lane.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar