BCE retoma afrouxamento monetário e corta taxas de juros
O Banco Central Europeu (BCE) retomou o afrouxamento monetário e cortou suas taxas de juros nesta quinta-feira (12). Em junho, a autoridade monetária realizou o primeiro corte das taxas desde 2019, mas, na reunião seguinte, recuou e manteve os juros inalterados.
“Tendo em conta a avaliação atualizada realizada pelo Conselho do BCE quanto às perspetivas de inflação, à dinâmica da inflação subjacente e à força da transmissão da política monetária, é agora apropriado dar mais um passo no sentido de moderar o grau de restritividade da política monetária”, dizem.
Com corte de 0,25 ponto percentual (p.p.), a taxa de depósitos — juro de referência do BCE — foi a 3,50%. Já a taxa de refinanciamento e a de empréstimos foram reduzidas em 0,60 p.p. e ficaram em 3,65% e 3,90%, respectivamente. Antes, os patamares eram de 3,75%, 4,25% e 4,5%.
O ajuste nos juros vai ao encontro das projeções do mercado, que já anteviam esse movimento.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, participa de coletiva de imprensa hoje às 09h45 (horário de Brasília) para responder a perguntas sobre a política monetária.
Os juros do BCE
Na reunião do BCE de junho, a autoridade deu início ao ciclo de flexibilização da política monetária, com um corte de 0,25 p.p. — que foi interrompido em julho.
Na decisão seguinte, quando as taxas foram mantidas estáveis, a presidente Christine Lagarde enfatizou que o Comitê analisaria uma ampla gama de dados, com destaque para as negociações salariais, que recuaram de 4,7% para 3,6% no último trimestre.
Os membros, no entanto, mas não deram um forward guidance ao mercado, que, por sua vez, já esperava a retomada das reduções nos juros na decisão de setembro.
Antes disso, o BCE passou por uma fase de aperto monetário, que perdurou de julho de 2022 a setembro de 2023.