BCE recua e mantém taxas de juros inalteradas, após cortar 0,25 pp em junho
O Banco Central Europeu (BCE) recuou e optou manter suas taxas de juros inalteradas nesta quinta-feira (18). Na reunião passada, a autoridade monetária realizou o primeiro corte das taxas desde 2019.
Com a decisão de hoje, a taxa de depósitos — juro de referência do BCE — foi mantida em 3,75%. A taxa de refinanciamento, por sua vez, ficou em 4,25%, enquanto a de empréstimos ficou no patamar de 4,5%.
“Embora algumas medidas da inflação subjacente tenham subido um pouco em maio, devido a fatores pontuais, a maioria das medidas permaneceu estável ou desceu ligeiramente em junho. Em conformidade com as expectativas, o impacto inflacionista do elevado crescimento dos salários foi atenuado pelos lucros”, afirmam no comunicado.
A manutenção vai ao encontro das projeções do mercado, que já anteviam esse movimento. A expectativa é de que a autoridade retome os cortes na reunião de setembro.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, participa de coletiva de imprensa hoje às 09h45 (horário de Brasília) para responder a perguntas sobre a política monetária.
No comunicado, os diretores já indicam que não se comprometem previamente com uma trajetória de taxas específica.
A trajetória dos juros diretores do BCE
Na reunião do BCE de junho, a autoridade deu início ao ciclo de flexibilização monetária, com um corte de 0,25 ponto percentual — que foi interrompido hoje.
Na ocasião, os diretores julgaram apropriado moderar o nível de restritividade dos juros, após as taxas terem sido mantidas constantes por nove meses. A decisão foi baseada na avaliação das perspectivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária.
Antes disso, o BCE passou por uma fase de aperto monetário, que perdurou de julho de 2022 a setembro de 2023.