Bancos

BCE precisa normalizar rapidamente os juros e avaliar aumentos antecipados, diz Knot

30 ago 2022, 10:31 - atualizado em 30 ago 2022, 10:31
Aumento sustentável na inflação da zona do euro está a caminho, diz Knot, do BCESeptember 23, 2019 REUTERS/Eva Plevier
“Uma rápida normalização dos juros é uma primeira fase essencial, e algumas antecipações não devem ser excluídas”, disse Knot (Imagem: REUTERS/Eva Plevier)

O Banco Central Europeu precisa normalizar rapidamente a taxa de juros já que a inflação ainda pode subir, e os formuladores de política monetária deveriam até mesmo avaliar a antecipação de aumentos nos juros, disse o presidente do banco central holandês, Klaas Knot, nesta terça-feira.

O BCE elevou em julho sua taxa de depósito em 50 pontos-base, para zero, e um movimento semelhante era esperado até recentemente para setembro, mas uma série de autoridades, incluindo Knot, defendeu a discussão de um aumento maior, de 75 pontos.

“Uma rápida normalização dos juros é uma primeira fase essencial, e algumas antecipações não devem ser excluídas”, disse Knot em discurso. “A ampliação e aprofundamento do nosso problema de inflação gera a necessidade de agir com força.”

Em 8,9%, a inflação já é mais de quatro vezes a meta de 2% do BCE e pode ultrapassar 10% nos próximos meses, aumentando o risco de que as expectativas de longo prazo cresçam à medida que empresas e famílias começam a duvidar da vontade ou capacidade do BCE de controlar preços.

Uma recessão, cada vez mais provável devido à perda de fornecimento de gás, pesaria sobre as pressões de preços, mas Knot argumentou que isso por si só não seria suficiente.

“Mesmo que essa desaceleração se materialize, é improvável que isso traga a inflação de volta ao nosso objetivo no médio prazo”, disse ele.

Embora a perspectiva sobre o fim dos aumentos dos juros seja incerta, Knot argumentou que o BCE deve continuar elevando os juros até que as perspectivas de inflação se tornem consistentes novamente com a meta simétrica do BCE.

Como parte da normalização da política monetária, o banco também deve considerar a redução de seu balanço após trilhões de euros em compras de títulos na última década.

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