Banco Central Europeu (BCE)

BCE pode precisar de mais altas no juros após março e acelerar redução do balanço, diz Nagel

01 mar 2023, 10:30 - atualizado em 01 mar 2023, 10:30
“O aumento da taxa de juros anunciado para março não será o último”, disse Nagel em um discurso (Imagem: REUTERS/Benjamin Westhoff)

O Banco Central Europeu pode precisar de altas significativas nos juros após março e deve acelerar a redução de sua enorme carteira de títulos para conter a inflação persistente, disse o presidente do banco central alemão, Joachim Nagel, nesta quarta-feira.

O BCE elevou os juros em 300 pontos-base desde julho e prometeu outro grande aumento em março, mas algumas autoridades pediram uma ação mais moderada depois disso, já que a inflação agora está abaixo das máximas atingidas em outubro.

Nagel contestou esses pedidos, dizendo que as recentes quedas nos preços de energia podem ajudar a inflação no curto prazo, mas não afetam o médio prazo, e o crescimento dos preços corre o risco de ficar acima da meta de 2% do BCE.

“O aumento da taxa de juros anunciado para março não será o último”, disse Nagel em um discurso.

“Outros passos significativos nos juros também podem ser necessários posteriormente.”

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Os mercados atualmente esperam que a taxa de depósito de 2,5% atinja um pico de cerca de 4% perto da virada do ano, sugerindo outros 100 pontos-base de aumentos após março.

Uma vez que os juros cheguem ao pico, eles devem permanecer altos até que o BCE esteja confiante de que a inflação retornará a 2%, disse Nagel.

O BCE, que começou a reduzir seu Programa de Compra de Ativos de 3,3 trilhões de euros nesta quarta-feira, deve acelerar a redução de seu balanço a partir de julho, acrescentou.

O banco agora está reduzindo o esquema em 15 bilhões de euros por mês ao não reinvestir todos os recursos de dívida que está para vencer, mas Nagel disse que simplesmente levará muito tempo para fazer uma redução significativa no tamanho do esquema nesse ritmo.

“Portanto, sou a favor de seguir um caminho mais acentuado de redução a partir de julho, à luz da experiência que será adquirida”, disse Nagel.

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