BCE pede ajuda de governos para atingir meta de inflação
Os governos europeus deveriam poder gastar mais quando a inflação estiver abaixo da meta de 2% do Banco Central Europeu e vice-versa, disse nesta sexta-feira o economista-chefe do BCE, Philip Lane.
Governos da União Europeia estão debatendo como reformar as regras fiscais da UE para lidar com o aumento induzido pela pandemia da dívida pública e com o enorme investimento necessário para combater a mudança climática.
Lane defendeu propostas para dar aos governos mais tempo para reduzirem suas dívidas e disse que as novas regras fiscais deveriam também refletir a meta de inflação de 2% do BCE, que não foi alcançada por uma década até um salto este ano.
“A política fiscal seria mais frouxa quando a inflação estiver abaixo da meta de 2%, mas mais apertada quando a inflação estiver acima”, disse Lane em um seminário da Comissão Europeia.
A inflação na zona do euro atingiu 4,1% em outubro e economistas projetam que ela também ficará acima do objetivo no próximo ano, conforme os custos mais elevados de energia e problemas de oferta afetam os salários e as expectativas de preços.
Lane, que insiste que o choque atual é temporário, disse que as regras fiscais da UE podem ser definidas para que diferenciem entre choques de inflação causados por oferta ou por demanda, embora “ao custo de complexidade extra.”