BCE não vê necessidade de ação drástica para frear rendimentos
Autoridades do Banco Central Europeu não veem necessidade de ação drástica para frear o aumento dos rendimentos dos títulos, pois acreditam que o risco para a economia é administrável com intervenções verbais e com a flexibilidade do programa de compra de títulos, de acordo com pessoas a par das discussões internas.
Embora vários membros do conselho do BCE tenham dito que rendimentos mais elevados podem ser injustificados e prejudicar a zona do euro em meio às restrições da pandemia, não há sensação de pânico, disseram as autoridades.
Uma medida como expandir o tamanho do programa de compra de títulos de emergência de 1,85 trilhão de euros (US$ 2,24 trilhões) é atualmente desnecessária, disseram, sem informar se o ritmo de compras foi acelerado nos últimos dias, usando a tão alardeada flexibilidade do programa.
Uma fonte destacou que os rendimentos caíram na segunda-feira, depois que algumas autoridades disseram que o BCE reagiria contra aumentos injustificados.
Um porta-voz do BCE não quis comentar.
Fabio Panetta, do conselho executivo do BCE, foi o último a fazer eco a vários membros do conselho geral ao abordar o tópico na terça-feira. Ele disse que o salto dos rendimentos dos títulos do governo “é indesejável e deve ser combatido”. Também disse que “não é tarde demais” para agir.
O francês François Villeroy de Galhau, membro do conselho geral, disse na segunda-feira que o BCE “pode e deve reagir” a quaisquer oscilações injustificadas que ameacem minar a economia. O vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, argumentou que é importante entender por que os rendimentos dos títulos aumentaram, e disse que as autoridades “têm a flexibilidade necessária para reagir”.