Internacional

BCE não pode enfrentar recessão sozinho, precisará de contraparte fiscal, diz ex-FMI

18 jun 2019, 9:26 - atualizado em 18 jun 2019, 9:28
Antigo economista-chefe do FMI alerta para falta de munição do BCE (Imagem: Pixabay)

O BCE (Banco Central Europeu) perderá a guerra caso queira enfrentar a próxima recessão por conta própria. A avaliação é de Olivier Blanchard, antigo economista-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), e evidencia a fragilidade de opções existentes para a autoridade monetária.

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“Eu tenho quase certeza que o BCE não pode lutar com força própria contra uma recessão, que precisará de ajuda, é um pouco óbvio”, disse Blanchard a CNBC, durante fórum do BCE em Sintra, Portugal. “A politica monetária precisará de ajuda da política fiscal”, completou.

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Blanchard, conhecido por seus estudos macroeconômicos, explicou que o problema não é a falta de ferramentas na política monetária, mas sim seu impacto nos mercados.

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Munição inócua

“Eles [BCE] possuem muita munição, a questão é o quanto mata, porque eles podem realmente comprar muitos ativos em quantidades enormes mas, neste estágio, terá pouco efeito nas taxas, que é o que importa no final”, disse o antigo economista-chefe do FMI.

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A autoridade monetária encerrou em dezembro último seu programa de compra de títulos de três anos, conhecido como QE (Quantitative Easing, flexibilização quantitativa na língua portuguesa). O BCE comprou nada menos que US$ 3 trilhões em ativos tóxicos.

Pilar em xeque?

Para Jean-Claude Trichet, ex-presidente do BCE, a questão principal reside em encontrar quais ferramentas estão disponíveis no momento, o que implicará na continuidade das medidas “muito, muito não convencionais”.

“Estamos numa situação em que o pilar da estabilidade na Europa depende muito do banco central, e seria um erro, na minha opinião, dar a impressão de que o pilar está prestes a entrar em colapso”, acrescentou Trichet.

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