Banco Central Europeu (BCE)

BCE mantém política monetária inalterada e deve focar na alta do euro

10 set 2020, 9:21 - atualizado em 10 set 2020, 9:21
União Europeia
Para agravar o problema, o euro acumulava ganho de 8% em relação ao dólar (Imagem: Reuters)

O Banco Central Europeu deixou sua política monetária inalterada nesta quinta-feira, mas com a recuperação econômica perdendo ímpeto e um euro forte diminuindo as expectativas de inflação, espera-se que a presidente do BCE, Christine Lagarde, prepare o terreno para anúncio de mais estímulos mais tarde.

Depois de ter tirado o pé dos freios este ano para conter um declínio econômico histórico em todo o bloco monetário de 19 países, o BCE tem tempo para permitir que os governos implementem suas próprias contra medidas e para que sua própria política monetária ultra-flexível seja absorvida pela economia real.

Mas os obstáculos para a recuperação de uma queda de 12% na produção no segundo trimestre estão se mostrando maiores do que o esperado, e economistas dizem que o BCE terá que tomar mais medidas, possivelmente em dezembro.

“O Conselho do BCE continua pronto para ajustar todos os seus instrumentos, conforme apropriado, para garantir que a inflação se mova em direção ao seu objetivo de forma sustentada, em linha com o seu compromisso com a simetria”, disse o BCE após uma decisão amplamente esperada.

O problema é que novos dados apontam para uma diminuição da confiança dos investidores e consumidores em meio a um ressurgimento das infecções por coronavírus, com muitos temendo novas restrições à vida cotidiana.

Mas, o que é mais importante para o BCE, a inflação tornou-se negativa, aumentando o risco de que as expectativas de crescimento de preços no longo prazo também sejam afetadas, levando a uma espiral descendente difícil de reverter.

BCE
O problema é que novos dados apontam para uma diminuição da confiança dos investidores e consumidores (Imagem: Flickr/ BCE)

Isso é crucial para o BCE, que tem ficado aquém de sua meta de inflação de quase 2% nos últimos sete anos, lançando dúvidas sobre a credibilidade de um conjunto de políticas que é radical, mas não consegue atingir seu objetivo.

Para agravar o problema, o euro acumulava ganho de 8% em relação ao dólar, erodindo a competitividade das exportações e reduzindo ainda mais a inflação à medida que os custos de importação caem.

A atenção agora se volta para a entrevista coletiva de Lagarde, durante a qual ela revelará novas previsões econômicas e enfrentará questões sobre a força do euro e as perspectivas de mais estímulos

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