Internacional

BCE deve injetar mais estímulo por avanço da Covid, diz pesquisa

23 out 2020, 16:56 - atualizado em 23 out 2020, 17:00
BCE Banco Central Europeu
A recuperação da zona do euro já começa a perder força (Imagem: REUTERS/Kai Pfaffenbach)

O aumento dos casos de coronavírus e novos lockdowns devem levar o Banco Central Europeu a intensificar o estímulo monetário ainda neste ano, de acordo com economistas consultados pela Bloomberg.

Os entrevistados preveem que 500 bilhões de euros (US$ 590 bilhões) serão adicionados ao programa de compra de títulos da pandemia de 1,35 trilhão de euros, e a maioria espera a medida em dezembro.

O Conselho do BCE deve manter a política monetária inalterada quando se reunir na quinta-feira para discutir o impacto econômico, embora alguns analistas esperem que a presidente da instituição, Christine Lagarde, sinalize que mais suporte está a caminho.

Com governos obrigados a restringir viagens, fechar restaurantes e impor toques de recolher para controlar a pandemia, a recuperação da zona do euro já começa a perder força, o que traz o espectro de uma recessão de duplo mergulho. Lagarde disse que o aumento dos casos veio mais cedo do que o esperado, o que apresenta um claro risco para as perspectivas econômicas.

Lagarde disse que o aumento dos casos veio mais cedo do que o esperado (Imagem: Reuters/Francois Lenoir)

Ainda assim, há poucos motivos para o BCE se apressar. Menos da metade do dinheiro alocado para o programa de emergência foi gasto, e projeções econômicas atualizadas não estarão disponíveis até dezembro. Essas previsões oferecerão as primeiras estimativas para 2023 e podem ajudar a determinar a quantidade de estímulo necessária.

“O BCE vai confirmar que está preparado para afrouxar ainda mais a política, mas uma decisão ainda não é necessária”, disse Kristian Toedtmann, economista do DekaBank, em Frankfurt. “Na preparação para a reunião de dezembro, o foco estará nas perspectivas econômicas e na elaboração adequada de um pacote de políticas.”

A maioria dos entrevistados da pesquisa espera que o programa de emergência também seja estendido por mais seis meses até o final de 2021. Apenas 25% dos economistas esperam que um programa mais antigo e menos poderoso de flexibilização quantitativa seja reforçado.

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