BCE deve elevar juro de forma decisiva e deixar títulos expirarem a partir de 2023, diz Nagel
O Banco Central Europeu (BCE) deve continuar a elevar os juros de forma decisiva e deve começar a permitir que a dívida governamental que detém expire a partir do início de 2023, disse o presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, nesta sexta-feira.
O BCE já elevou os juros em 200 pontos-base acumulados em três reuniões este ano e colocou uma série de novas medidas a disposição, já que a inflação está em dois dígitos, com poucas esperanças de um retorno à meta de 2% nos próximos anos.
“Devemos aumentar resolutamente nossos juros ainda mais e adotar uma postura restritiva”, disse Nagel, um defensor da agressividade do aperto monetário, em um discurso.
“Não podemos parar aqui. Mais passos decisivos são necessários.”
Em 1,5%, a taxa de depósito do BCE está na extremidade inferior da faixa da “taxa neutra” consensual de 1,5% a 2%, onde não estimula nem restringe o crescimento.
Os mercados preveem um aumento para 2% em dezembro, depois uma nova alta para 3% no próximo ano.
Complementando os aumentos de juros, o BCE precisa começar a reduzir os trilhões de euros em dívidas governamentais que acumulou na última década, quando a inflação ainda era muito baixa.
“Devemos começar a reduzir o tamanho de nossa carteira de títulos no início do ano que vem, deixando de reinvestir totalmente todos os títulos prestes a vencer”, disse Nagel.
O BCE detém cerca de 5 trilhões de euros em títulos e disse que iniciará discussões em dezembro sobre como e quando reduzir os 3,3 trilhões de euros adquiridos em seu Programa de Compra de Ativos.
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