BCE deve aumentar juros em ritmo constante, diz economista-chefe
O Banco Central Europeu deve aumentar sua taxa de juros em um “ritmo constante” até chegar ao fim de seu ciclo de alta, em parte para manter espaço para corrigir o caminho do aperto se as circunstâncias mudarem, disse o economista-chefe do BCE, Philip Lane, nesta segunda-feira.
O BCE elevou os juros em 50 pontos-base, para zero, em julho e, embora um movimento semelhante fosse esperado para setembro, uma série de formuladores de política monetária tem defendido um ajuste maior devido a uma piora nas perspectivas de inflação.
“Um ritmo constante, que não é nem muito lento nem muito rápido, para fechar a lacuna em relação à taxa terminal é importante por várias razões”, disse Lane, sem expressar sua preferência para decisão de juros de 8 de setembro.
Embora a taxa “terminal” seja uma questão em aberto, os formuladores de política monetária disseram que o BCE deve chegar a uma taxa neutra, que não estimula nem esfria a economia, em algum momento perto da virada do ano. Essa taxa é estimada em cerca de 1,5% a 2%, sugerindo que haverá aumento nos custos dos empréstimos em todas as reuniões de política monetária restantes deste ano.
“Embora os riscos de alta para a inflação sejam atualmente mais intensos do que os riscos de baixa, se os dados recebidos … exigirem uma mudança para baixo na taxa terminal, isso seria mais fácil de enfrentar com uma abordagem passo a passo”, disse Lane.
Ele também observou que, mesmo que a inflação atual seja alta, os indicadores de expectativas de longo prazo permanecem próximos da meta de 2% do BCE, já que os atores econômicos parecem entender que os fatores temporários por trás do atual aumento dos preços desaparecerão e o BCE fará seu trabalho.
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