Câmbio

BC reforça oferta de swap para acalmar dólar; Itália preocupa mercados

29 maio 2018, 15:02 - atualizado em 29 maio 2018, 15:02

Por Angelo Pavini, da Arena do Pavini – O Banco Central (BC) informou ontem à noite que continuará com as ofertas adicionais de contratos de swap cambial no fim de maio e a partir de 1º de junho. A oferta adicional do dia 29 de maio será realizada normalmente, assim como haverá oferta adicional no dia 30 de maio. O BC reforçou com isso a ação para acalmar o mercado de dólar em meio à turbulência provocada pela greve dos caminhoneiros, que entra em seu oitavo dia, e também pela instabilidade no exterior por conta da alta dos juros nos Estados Unidos e pela incerteza na Europa com as crises  políticas na Itália e na Espanha, que está derrubando os mercados europeus e o euro.

Greve, intervenção militar, déficit fiscal e Petrobras

Ontem, a moeda fechou no mercado comercial vendida a R$ 3,73, enquanto os juros subiam. O Índice Bovespa recuou 4,5%, de volta aos 75 mil pontos, com Petrobras perdendo 14%. O movimento dos caminhoneiros se enfraquece, mas grupos mais radicais mantêm a paralisação em vários Estados, pedindo a queda do presidente Michel Temer e uma intervenção militar. As reivindicações dos caminhoneiros estão sendo aprovadas pelo Congresso, mas os analistas temem os impactos das medidas nas contas do governo e na própria Petrobras, que enfrenta ainda uma paralisação dos petroleiros.

O Banco Central reitera que os valores das ofertas adicionais de swap poderão ser revistos e se reserva o direito de realizar atuações discricionárias. Atualmente, o BC oferece US$ 750 milhões de swap cambial por dia ao mercado.

Segundo o BC, a partir de 1º de junho, também terão início os leilões para a rolagem integral do vencimento de swap cambial de 2 de julho de 2018, que totaliza 175.230 contratos.

Crises políticas na Europa preocupam mercados

Na Europa, os mercados acionários estão em forte baixa  por conta das incertezas políticas e o euro atingiu sua pior cotação diante do dólar em dez meses, negociado a US$ 1,1510, segundo a corretora Terra Investimentos.  O Índice Euro Stoxx 600 cai 1,4% e o MIB, da Itália, recua 3,19%. Terceira maior economia da zona do euro, a Itália assistiu, no fim de semana, o presidente Sergio Mattarella bloquear uma coalizão formada pelos partidos populistas Movimento 5 Estrelas e Liga, por discordar da indicação de um ministro da Economia contrário ao euro, o que provocou a renúncia do primeiro-ministro Giuseppe Conte.

Com isso, o país ficou novamente sem um governo, situação que se arrasta desde março, diante das dificuldades do 5 estrelas, populista, encontrar apoio para formar uma coligação, o que havia conseguido com o direitista Liga.Ontem, Mattarella convocou um ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Carlo Cottarelli, de linha mais conservadora e defensor do equilíbrio fiscal e do euro, para tentar formar um novo governo.

Espanha, moção contra Rajoy e queda dos bancos

Outro foco de tensões, segundo a Terra Investimentos, é a Espanha, onde o governo do primeiro-ministro Mariano Rajoy enfrentará uma moção de censura no fim da semana, depois que seu Partido Popular foi condenado judicialmente por se beneficiar de um amplo esquema de corrupção. O Índice Ibex 35 recua 2,36%. .

O setor bancário de Milão e de Madri é o mais castigado na Europa: o italiano Intesa Sanpaolo e o espanhol Santander, por exemplo, tinham perdas de cerca de 5%. Já no mercado de bônus europeu, o juro do BTP italiano de 10 anos ampliou a recente trajetória de alta e ultrapassou a barreira dos 3% durante a madrugada, chegando a 3,442%, seu maior nível em quatro anos. O rendimento do Bund alemão equivalente, por sua vez, tomou a direção contrária por ser visto como proteção e recuou ao menor patamar em mais de um ano.

Nos EUA, futuros em baixa

Nos Estados Unidos, o Índice Dow Jones futuro aponta para abertura em baixa, de 0,67%, mesmo percentual de queda do Dow Jones Futuro. O papel de 10 anos do Tesouro americano continua com sua taxa em queda, 2,87% hoje, depois de chegar a 3,10% há duas semanas.

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