Economia

Banco Central quer preservar grau de liberdade para política monetária e vê Selic mais alta por mais tempo

27 mar 2025, 14:11 - atualizado em 27 mar 2025, 14:11
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(Imagem: Divulgação/BC)

O Banco Central (BC) quer ter liberdade para decidir como conduzirá a política de juros à frente, inclusive sem indicar o nível de desaceleração do aperto monetário em maio, disseram nesta quinta-feira (27) autoridades da autarquia, ressaltando a necessidade de um ciclo de aperto mais intenso e mais longo quando as expectativas de inflação estão fora da meta.

Em entrevista coletiva para comentar o Relatório de Política Monetária, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, e o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, enfatizaram que há segurança de que a taxa Selic está em nível contracionista, ponderando que o BC precisará de dados para tomar suas próximas decisões.

“Entendemos que o ciclo precisa se estender, mas, devido às incertezas, em menor magnitude. A gente consegue informar um horizonte só até a próxima reunião sobre o que estamos pretendendo fazer, preservar esse grau de liberdade”, disse Galípolo.

O BC decidiu na semana passada seguir o aperto monetário já sinalizado previamente nos juros ao elevar a Selic em 1 ponto percentual, a 14,25% ao ano, e indicou um ajuste de menor magnitude na reunião de maio se confirmado o cenário esperado.

Guillen ressaltou que a redução da magnitude dos aumentos da Selic é apropriada, considerando os efeitos defasados da política monetária e também a incerteza do cenário, mas fez alerta sobre a persistência da desancoragem das expectativas de mercado para a inflação.

“Quando você está com expectativas desancoradas, as taxas de juros devem ser mais altas, como a gente está vendo neste ciclo quando se compara com o passado, e por mais tempo”, afirmou.

Para Galípolo, o BC precisará reunir o máximo possível de dados para tomar suas próximas decisões, em busca de avaliação sobre se o nível de juros é contracionista o suficiente para a convergência da inflação. Ele ponderou que não há um dado específico a ser observado.

Em relação a medidas recentes anunciadas pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva, Galípolo disse que o BC ainda não incorporou em seus cenários possíveis impactos do novo sistema voltado a estimular o crédito consignado privado. Ele ponderou que as linhas do consignado podem responder melhor aos movimentos da taxa Selic, o que não se observa hoje em linhas mais caras, como o rotativo do cartão de crédito.

Segundo o presidente da autarquia, medidas do governo para redução de alimentos não foram incorporadas ao cenário do BC, assim como a proposta de reforma do Imposto de Renda.

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reuters@moneytimes.com.br
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