Banco Central perde parte da ala ‘hawkish’ em breve; quem vai entrar?
O mercado está atento aos sinais emitidos pelo governo em torno dos novos nomes do Banco Central. A ala considerada mais “hawkish”, ou seja, que defende uma política monetária mais contracionista, deve perder força com a saída de dois nomes.
Fernanda Guardado, diretora de Assuntos Internacionais, e Mauricio Moura, diretor de Relacionamento, deixam a autarquia no fim do ano, com a expiração do mandato, e serão substituídos por indicações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Ele já antecipou os nomes indicados às vagas para o presidente Lula, e eles devem ser anunciados até o final da semana, de acordo com fala do ministro da última segunda (23). O objetivo é fazer com que eles passem pelo Senado ainda esse ano. Com isso, o governo terá indicado 4 de 9 nomes que compõe o Copom (Comitê de Política Monetária).
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Banco Central pode ficar mais ‘acomodatício’ ao governo
De acordo com o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, “o destaque dos nomes é grande”, pois, segundo ele, o mercado tem uma apreensão “para saber o quão mais acomodatício [ao governo] deverá ficar o comitê”.
Sanchez avalia que os diretores que vão deixar o BC “são dois dos mais hawkish do board”. Alguns nomes cotados para as vagas são:
- Rodrigo Monteiro, servidor do BC que já foi sondado na última leva de indicações;
- Marcelo Kayath, ex-diretor do Credit Suisse e atual dono da QMS Capital;
- Luiz Awazu Pereira da Silva, ex-diretor do BC na gestão de Dilma;
- Raquel Nadal César Gonçalves e Débora Freire Cardoso, servidoras da Fazenda, Secretaria de Política Econômica.