Banco Central

BC joga batata quente da Selic nas mãos do Congresso

06 dez 2017, 20:19 - atualizado em 06 dez 2017, 20:39

O Copom decidiu hoje reduzir a taxa Selic a 7% ao ano, a menor já vista no país. Agora, os economistas mais acompanhados do mercado financeiro, que fazem parte do colegiado do Banco Central, parecem ter passado a batata quente para as mãos do Congresso.

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Ou seja, na visão deles, a inflação e a ainda fraca economia sustentariam um novo corte, mas isso agora irá depender do compromisso dos parlamentares com a continuidade do ajuste fiscal e, principalmente, da reforma da Previdência.

Segundo economistas consultados pelo Money Times, esta visão fica evidente em uma passagem do comunicado que seguiu à decisão:

“Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma nova redução moderada na magnitude de flexibilização monetária. Essa visão para a próxima reunião é mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos que nas reuniões anteriores”

Para Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, o comunicado reforça a visão de que há espaço para um corte até 6,5%. “A bola está na quadra do congresso novamente”, afirma. O economista-chefe do Santander, Mauricio Molan, argumenta que o mercado já considera um corte de 0,25 ponto percentual.

“Como temos agora uma aposta maior na aprovação da reforma, o mercado pode rever a expectativa para um corte de 0,5 ponto”, diz. De qualquer maneira, o mercado de juros continuará reagindo aos avanços e recuos da reforma da Previdência, afirma Molon.

A consultoria Capital Economics vai na mesma linha. “Nossa leitura é que o Copom está esperando para ver se o governo consegue aprovar a reforma da Previdência antes das férias de Natal. Se o fizer, um corte final de 25 pontos-base na Selic parece provável. Se não o fizer, o corte de hoje provavelmente será o último no ciclo atual. De qualquer forma, o Copom não tem muito espaço de manobra”, explica o economista Neil Shearing, economista-chefe para mercados emergentes.

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