BC dá nó nas apostas de mercado e abre porta para Selic a 6,5%
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) sacramenta a aposta de novo corte de 0,50 ponto percentual na Selic em dezembro, para 7% ao ano. Simultaneamente, deixa em aberto a chance de outra redução de 0,25 ponto ou, novamente, de 0,50 ponto já em seu primeiro encontro de 2018, em fevereiro.
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Para Alberto Ramos, economista-chefe para a América Latina do Goldman Sachs, um declínio adicional no juro básico dependerá, sobretudo, da inflação projetada para 2019 se situar abaixo da meta de 4,25%. “Na nossa avaliação, sob a conjuntura atual, as previsões de inflação não dão luz verde para levar a Selic abaixo de 7% sem assumir alguma dose de risco inflacionário fora da meta em 2019 e 2020.”
O time de economia do Credit Suisse liderado por Nilson Teixeira entende que o Copom manterá a Selic em 7% durante vários trimestres após a reunião de dezembro. Mas “não podemos descartar um corte adicional de 0,25 ponto ou até de 0,50 ponto em sua primeira reunião em 2018”.
Os economistas Eduardo Loyo e Claudio Ferraz, do BTG Pactual, seguem com projeção de Selic a 7% em dezembro, encerrando aqui o ciclo de afrouxamento. Como um segundo cenário possível, visualizam mais uma redução de 6,75% em fevereiro. “No entanto, reconhecemos que a probabilidade de um ponto final ainda menor, a 6,5% (com o corte de fevereiro ampliado para 0,50 ponto), parece maior hoje”, destacam.
No mercado de renda fixa, os juros futuros de médio e longo prazos apuravam fracas variações nesta manhã. O contrato de DI para janeiro de 2019 marcava 7,30%, ante 7,33% no ajuste de segunda-feira. O DI para janeiro de 2020 exibia 8,43%, mesma taxa da última sessão. O DI para janeiro de 2021 também operava estável a 9,19%.