Economia

BC: Copom não será afetado pela greve; dados da Focus serão acessados e usados

18 abr 2022, 19:45 - atualizado em 18 abr 2022, 19:54
Banco Central
A greve dos servidores do BC começou no dia 1º de abril e é por tempo indeterminado, em busca de recomposição salarial de 26,3% e reestruturação de carreira (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Banco Central afirmou nesta segunda-feira, 18, que a realização do Comitê de Política Monetária (Copom) não será afetada pela greve dos servidores do órgão, em resposta a questionamento do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Segundo o BC, em regime de contingência, os dados do Boletim Focus continuarão sendo acessados e usados pelos integrantes do comitê.

Essas informações são importantes para construção de modelos de inflação e, assim, para a decisão da taxa Selic.

“A realização da reunião do Copom não será afetada pela greve. A produção das apresentações de conjuntura para o Copom é atividade essencial e, portanto, será realizada durante a paralisação. Em sistema de contingência, os dados da pesquisa Focus continuarão sendo acessados e usados pelos integrantes do Copom”, disse, em nota.

A afirmação do BC contraria relatório divulgado pela Associação Nacional dos Analistas do Banco Central (ANBCB), que representa a categoria, mais cedo.

Segundo a ANBCB, o “apagão de dados”, sem a divulgação de diversos boletins e estatísticas pelo BC, já afeta as atividades preparatórias do Copom. “Os dados sobre Sistema Expectativas de Mercado (que compõem o Relatório Focus) e Indicadores Econômicos Selecionados não serão atualizados para a próxima reunião do Copom”, disse a associação, em nota.

O Sindicato Nacional de Funcionários do BC (Sinal) também tem defendido que as atividades preparatórias para o Copom não configuram serviços essenciais.

A greve dos servidores do BC começou no dia 1º de abril e é por tempo indeterminado, em busca de recomposição salarial de 26,3% e reestruturação de carreira.

Nesta tarde, de 16h45 às 17h45, os sindicatos que representam a categoria tinham reunião marcada com o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Mas, até o momento, não há informações sobre possíveis avanços no encontro.

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