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BC cita motivos para alta do PIB em 2022 em meio a revisões para baixo do mercado

28 set 2021, 10:07 - atualizado em 28 set 2021, 10:07
Banco Central
Para o Banco Central, a economia será positivamente afetada no ano que vem pela continuação da recuperação do mercado de trabalho e do setor de serviços (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Banco Central listou nesta terça-feira na sua ata do Comitê de Política Monetária (Copom) fatores que devem ajudar a economia brasileira a crescer em 2022, num momento em que agentes de mercado seguem revisando suas projeções continuamente para baixo.

Para o BC, a economia será positivamente afetada no ano que vem pela continuação da recuperação do mercado de trabalho e do setor de serviços, ainda que em menor intensidade que a anteriormente esperada.

O desempenho de setores menos ligados ao ciclo de negócios, como agropecuária e indústria extrativa, também deverá atuar no sentido favorável, assim como “resquícios do processo de normalização da economia” conforme a crise com o coronavírus perde fôlego.

O BC divulgará na quinta-feira, no Relatório Trimestral de Inflação, sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022.

No último relatório, de junho, a autoridade monetária só havia indicado a estimativa para a atividade neste ano, prevendo um crescimento econômico de 4,6%, percentual que poderá ser agora revisado.

Já o mercado tem piorado continuamente suas estimativas, embora siga mais otimista para este ano.

Para 2022, a perspectiva é de uma alta de 1,57% do PIB, ante alta de 2% vista há quatro semanas, de acordo com boletim Focus mais recente.

Para 2021, a projeção é de crescimento de 5,04% do PIB, frente a 5,22% há quatro semanas.

No início deste mês, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, chegou a dizer que a visão do BC para o PIB era um pouco mais baixa que a do mercado para 2021, sendo mais alta para 2022.

Na ata, o BC afirmou que ao resultado do PIB do segundo trimestre “ligeiramente melhor que o esperado” (contração de 0,1% sobre os três meses anteriores) seguiram-se divulgações de alta frequência “marginalmente mais negativas”, ainda que evoluindo favoravelmente.

“Parte dessas revisões decorre de uma antecipação do crescimento esperado para alguns dos setores mais atingidos pela pandemia; outra parte deriva da menor produção industrial decorrente da manutenção de dificuldades nas cadeias de suprimentos”, disse.

“O Comitê manteve a visão de uma retomada robusta da atividade no segundo semestre, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente”, reiterou.

A ata do Copom também mostrou que a evolução do emprego foi discutida pelo colegiado, com avaliação de que há recuperação no mercado de trabalho, embora ainda haja um hiato remanescente.

“Diante da diferença entre os principais indicadores do emprego no segmento formal – PNAD Contínua e Novo Caged, sendo que o último mostra recuperação mais robusta do que o primeiro – permanece a dificuldade de avaliação do efetivo estado do mercado de trabalho”, afirmou o BC.