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BC britânico vê risco reduzido de outra liquidação acentuada de títulos

18 out 2022, 11:23 - atualizado em 18 out 2022, 11:23
Banco da Inglaterra
O Banco da Inglaterra teve que intervir com compras de títulos para estabilizar o mercado (Imagem: Reuters/Toby Melville)

O Banco da Inglaterra disse nesta terça-feira que os fundos de investimento orientados por passivos (LDI, na sigla em inglês) estão agora mais bem preparados para gerenciar choques como o desencadeado pelo plano fiscal do governo em setembro, e o risco de outra dinâmica de “venda incendiária” de gilts foi significativamente reduzido.

Os fundos de pensão foram forçados a descarregar bilhões de libras em títulos do governo do Reino Unido a preços condizentes com ambiente de estresse no início deste mês, depois que um pacote governamental de cortes de impostos fez com que os rendimentos disparassem, acionando chamadas de margem em derivativos projetadas para proteger os fundos contra movimentos nas taxas.

O Banco da Inglaterra teve que intervir com compras de títulos para estabilizar o mercado.

“Tomados como um todo, os fundos LDI estão agora significativamente melhor preparados para gerenciar choques dessa natureza no futuro”, disse o vice-presidente do banco central britânicio, Jon Cunliffe, em uma carta ao Comitê Seleto do Tesouro do Parlamento.

“Como tal, o risco de o comportamento de fundos LDI desencadear dinâmicas de ‘venda incendiária’ no mercado de gilts e quedas autorreforçadas nos preços dos gilts foi significativamente reduzido.”

Os fundos LDI pediram níveis muito maiores de garantia nas últimas semanas para se protegerem contra movimentos acentuados nos rendimentos, com a autorização de reguladores, disseram fontes do setor à Reuters. Eles estimam que os esquemas de pensão precisariam vender pelo menos 300 bilhões de libras em ativos para atender a essas chamadas de garantia.

Cunliffe disse que o Banco da Inglaterra continuará monitorando as condições do mercado e trabalhará com os reguladores nas lições a serem aprendidas com as recentes tensões no mercado financeiro, apontando especificamente para um impulso global pela reforma da regulamentação das instituições financeiras não bancárias, que incluem fundos de pensão.