Comprar ou vender?

BBSE, CXSE, PSSA3, IRBR3: Qual seguradora trará mais retorno para o seu bolso? Goldman Sachs responde

30 set 2024, 15:19 - atualizado em 30 set 2024, 15:20
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(Imagem: Pixabay/@stevepb)

O Goldman Sachs iniciou a cobertura das seguradoras da bolsa. Conhecidas pela sua resiliência e bons dividendos, o banco vê melhora do cenário, em meio a novo ciclo de alta de juros, o que pode beneficiar tanto o lado financeiro quanto o operacional dos resultados.

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Além disso, o Goldman é construtivo quanto ao potencial de longo prazo para maior penetração de seguros no PIB (Produto Interno Bruto), principalmente pressões competitivas limitadas e o grande e crescente pool de lucros.

Apesar do otimismo, nem todos os papéis ganharam o ‘carimbo’ de compra. Veja as recomendações a seguir:

Empresa Ticker Recomendação Preço-alvo Potencial
BB Seguridade BBSE3 Compra R$ 44 24%
Caixa Seguridade CXSE3 Neutra R$ 16 8%
Porto PSSA3 Compra R$ 43 19%
IRB IRBR3 Neutra R$ 50 10%

 

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BB Seguridade: lucro com proteção

Segundo o banco, o BB Seguridade uma opção defensiva considerando retornos de capital (10% DY), composição de receita e lucratividade estruturalmente alta.

“A renovação do contrato de corretagem é um risco conhecido, mas vemos uma assimetria positiva para premissas de perpetuidade”, destaca.

Ainda segundo o Goldman, o desempenho do seguro deve refletir condições de subscrição decentes no segmento rural em 2025, enquanto o negócio de previdência normalmente tem bom desempenho em cenários de altas taxas.

No agronegócio, o provável La Niña moderado em 2025 é um risco, mas administrável para as reivindicações da empresa.

Porto Seguro é mesmo seguro?

Para o Goldman, a ação oferece um bom risco-recompensa na cobertura, com as ações negociadas a 7,8 vezes, 2025 P/L (preço sobre o lucro) — 13% de desconto em relação aos pares de seguros.

“A empresa é líder em seguros de automóveis e seguros de P&C no Brasil, e estamos construtivos quanto às perspectivas de crescimento em novos setores, como seguro saúde e bancário”, coloca.

O Goldman nota que a Porto Saúde (saúde) representa 17% das receitas com margens melhores do que os titulares do setor. Já o Porto Banco responde por 15% com melhor economia unitária e ROE (retorno sobre o patrimônio) do que alguns pares bancários.

“A Porto Seguro é uma opção atraente para atuar em um segmento maduro e em novos setores ainda não totalmente precificados. Prevemos um CAGR (taxa de crescimento anual composta) de 13% do EPS 2024-27E com 13% de alta em relação ao consenso da Bloomberg em 2025”, destaca.

Caixa Seguridade, tendências mistas

Para o braço de seguros da Caixa, o Goldman vê tendências mistas para o crescimento da receita, com uma perspectiva positiva para seguro hipotecário, títulos de prêmio e cartas de crédito, mas um pouco mais fracas para pensões, vida e seguro de vida prestamista.

“Os lucros podem se beneficiar de reivindicações menores ano a ano em 2025, convergindo para níveis históricos. Também há pontos de interrogação sobre a profundidade do financiamento da Caixa Econômica Federal para continuar originando hipotecas no curto prazo, o que é uma alavanca de crescimento primária para a CXSE”.

O Goldman calcula CAGR de 9% entre 2024 e 2027, porém vê um aumento limitado com as ações sendo negociadas a 10,2 x 2025 P/L (preço sobre o lucro), um prêmio de 23% para o espaço de seguros da América Latina e um prêmio de 27% para o BB Seguridade..

IRB chegou ao topo?

O IRB ganhou atenção do mercado após um trabalho de ‘virada de jogo’. A nova equipe de gestão reposicionou a
empresa concentrando-se principalmente em suas principais operações de resseguro no Brasil, onde ainda é líder com 17% de participação de mercado, e oportunidades selecionadas principalmente em outros países da América Latina.

“A posição de solvência atual do IRB provavelmente permite que ele aumente os prêmios em dois dígitos baixos no curto prazo, enquanto esperamos que o ROE exceda o custo do patrimônio líquido até 2027”, discorre.

O Goldma prevê CAGR de 37% para 2024. Porém, acredita que com a recente alta das ações, a avaliação parece equilibrada (7,1 vezes 2025 P/L e 0,8x 2024 P/BV (preço sobre valor patrimonial).