BBSA3, ITUB4, SANB11: O banco que mais perde com taxação de dividendos (que está cada vez mais próxima)
Os bancos não vivem um bom momento, com riscos importantes no radar, como a inadimplência, economia fraca, além da dor de cabeça de R$ 20 bi provocada pela Americanas (AMER3). Como não bastasse isso, a reforma tributária também pode trazer impactos para o setor.
O governo quer avançar com a pauta e uma das ideias é acabar com o juros sobre o capital próprio e tributar dividendos, algo que se é especulado desde o Governo Bolsonaro. Segundo especialistas, é inevitável que a reforma tributária avance sobre os proventos pagos aos acionistas.
Para o Bradesco BBI, que cortou recentemente o preço-alvo dos bancos, as instituições financeiras podem perder 44% no valor de mercado em relação ao preço-alvo da instituição.
Atualmente, o BBI possui recomendação neutra para Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú (ITUB4), com preço-alvo de R$ 48 e R$ 30, respectivamente, e venda para Santander (SANB11), com preço-alvo de R$ 27.
“Entre os bancos de grande capitalização, o BBAS seria o mais impactado (49%), seguido pelo SANB (39%) e ITUB (33%)”, calcula.
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Dividendos em 2023
Para este ano, o cálculo é simples: menos lucros, menos dividendos.
“É bastante possível que a distribuição de dividendos dos bancos seja impactada pela Americanas”, observa Milton Rabelo, analista da VG Research.
Ele esclarece, porém, que as Provisões para Devedores Duvidosos (PDDs) realizadas pelos bancos não constituem exatamente um calote, mas sim uma conta que reduz temporariamente os lucros da instituição até que haja mais clareza sobre se o crédito será pago ou não pela instituição devedora.
Já Flávio Conde, da Levante Investimentos, coloca que a Americanas não irá afetar a distribuição de dividendos dos bancos todos da mesma forma.
“Afretará, principalmente, o Bradesco. Itaú e Banco do Brasil conseguiram compensar perdas que tiveram. O Itaú teve uma queda pequena. Já o Bradesco caiu 75%. Provavelmente irá distribuir 25%, isso até abril”, discorre.