Coluna do Antonio Samad Jr

BBDC4, ITUB4, BBAS3, SANB11: Bancos provam que são a fortaleza da bolsa

16 ago 2024, 16:56 - atualizado em 16 ago 2024, 16:56
bancos xp investimentos
Muita gente ficou assustada, com receio da saúde financeira do Bradesco não ser das melhores (Imagem: Montagem com fotos de Marcio Juliboni/Renan Dantas/Divulgação)

Quando me perguntam qual segmento eu considero o mais confiável para investir, costumo responder que gosto do setor bancário. Aqui no Brasil as instituições financeiras são muito resilientes e sabem como ninguém lucrar, independentemente do cenário econômico e político que vivamos. E os balanços do segundo trimestre dos maiores bancos são a prova desta resiliência.

Em 2023 chegamos a ter mais de 70 milhões de brasileiros inadimplentes, o que afetou profundamente o ramo de crédito. Se não bastasse, a fraude das Americanas atingiu em cheio as instituições, principalmente o Bradesco (BBDC4), que é um dos maiores credores da varejista. O Santander (SANB11) também sentiu o baque, mas a pancada foi maior no Bradesco.

Só para se ter ideia, o segundo maior banco privado brasileiro fechou 2023 com lucro líquido de R$ 16,3 bilhões, cerca de 21% menor do que o resultado do ano anterior. Muita gente ficou assustada, com receio da saúde financeira do Bradesco não ser das melhores e isso contribuiu para que suas ações ficassem extremamente baratas.

Mas não há como discordar que, mesmo inferior, foi um lucro monstruoso e esteve muito longe de ser prejuízo. Então, o medo não fazia e não faz sentido. A única coisa que fazia sentido era aproveitar a desvalorização das ações do banco e comprar para lucrar no momento oportuno. Quem fez isso se deu muito bem. O Bradesco divulgou o balanço do segundo trimestre de 2024 e surpreendeu.

A instituição registrou lucro líquido de R$ 4,716 bilhões no segundo trimestre deste ano, alta de 12% na comparação com o trimestre anterior e de 4,4% na base anual. O resultado ficou acima dos R$ 4,378 bilhões projetados por analistas de mercado.

E com isso as ações do banco subiram em torno de 14%, justamente nos dias que o mundo passava por uma nova crise em decorrência da escalada dos conflitos no Oriente Médio. Enquanto bolsas mundo afora caíam, o Bradesco experimentava a valorização de seus papéis. Os 14,66% de valorização nos primeiros sete dias de agosto estão diretamente relacionados ao bom desempenho financeiro registrado.

Podemos dizer o mesmo do Santander, que assim como o Bradesco não vinha muito bem no mercado de ações com uma precificação baixa.

O lucro líquido de R$ 3,33 bilhões no segundo trimestre também surpreendeu, pois representa alta de 44% na base de comparação anual. A diferença é que suas ações não subiram na mesma proporção que o Bradesco, tanto que a variação mensal ainda é negativa em 1,39%, se bem que no período de 52 semanas a alta estava em 9,19% até dia 7 de agosto.

Para completar a lista, Itaú (ITUB4) com lucro de R$ 10 bilhões e Banco do Brasil (BBAS3) com R$ 9,5 bilhões não são surpresas. Essas duas instituições têm obtido excelentes resultados há muito tempo, mas o problema é que suas ações não são baratas como as dos outros dois gigantes.

As duas últimas instituições citadas são ótimas opções para os investidores por conta dos dividendos que pagarão, já que seus lucros são astronômicos. Os dois primeiros, também lucraram muito, mas ainda aparecem como oportunidades para quem deseja ganhar com a valorização dos papéis na Bolsa.

Do ponto de vista estrutural, vale alocar recursos em todos pelo simples fato de que eles gozam de boa saúde financeira. São companhias com fundamentos sólidos, bem alicerçadas e preparadas para ganharem em qualquer cenário econômico. A não ser que aconteça uma hecatombe. Mas aí é outra história.

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CEO da Axia Investing
Advogado com especialização em direito tributário. Atua no mercado financeiro desde 1999. Experiência de mais de 22 anos, já passou por grandes corretoras, onde atuou como sócio gestor de escritórios da Gradual, Walpires, XP e Terra Investimentos. É sócio e gestor da mesa proprietária Axia Investing.
antonio.samad@moneytimes.com.br
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