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BBAS3, BBDC4, ITUB4, SANB11: Um banco pode ver lucro derreter mais de 60%; veja o que esperar dos balanços do 3T25

27 out 2025, 6:00 - atualizado em 24 out 2025, 11:54
Bancos, Ações, Investimentos, Carteira Recomendada
A temporada de resultados dos bancos inicia e as carteiras de crédito enfrentam desafios em meio à alta da Selic (Imagem: Freepik)

Os bancos voltam ao campo de batalha nesta semana, com o Santander (SANB11) abrindo a temporada de balanços na quarta-feira (29), antes da abertura do mercado. À noite, após o fechamento, é a vez do Bradesco (BBDC4) mostrar suas cartas.

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De acordo com a XP, em meio a uma Selic de 15%, não há escapatória: haverá desaceleração das carteiras de crédito, devido a uma concessão mais cautelosa.

A corretora destaca que as carteiras de agronegócio e de pequenas e médias empresas (PMEs) devem sofrer com piora dos NPLs (Non-Performing Loans, ou empréstimos em atraso e com baixa probabilidade de pagamento).

Por outro lado, a carteira de pessoas físicas deve continuar apresentando ritmo mais lento de deterioração.

O Safra reforça que o custo de risco deve continuar em expansão na margem para todos os bancos, com Banco do Brasil (BBAS3) e Santander enfrentando os números mais desafiadores.

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“Casos rurais e alguns corporativos devem ser os mais prejudiciais para os indicadores de qualidade de ativos”, aponta o Safra.

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Mesmo com juros elevados, o Safra ainda vê resiliência no ciclo de crédito, que tem sustentado crescimento acima de 10%, sem deterioração relevante na inadimplência consolidada.

O UBS BB vai na mesma linha: o banco não espera deterioração significativa da qualidade dos ativos, embora reconheça sinais negativos iniciais que merecem atenção, como o aumento do índice de inadimplência.

Bom trimestre, mas não ótimo

O JPMorgan ressalta que, após um primeiro semestre dominado pela expansão do NIM (Net Interest Margin, ou margem líquida de juros) — que deve continuar em parte —, a atenção dos investidores agora se volta para a qualidade dos ativos.

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“Acreditamos que a inadimplência do consumidor continuará comportada — apoiada por inflação baixa, transferências sociais, desemprego reduzido e crescimento real dos salários —, mas alguma piora marginal nos empréstimos comerciais deve ser esperada”, escreve o banco.

Apesar do crescimento de crédito mais forte do que o esperado no ano, o JPMorgan projeta desaceleração adiante, influenciada pela valorização do real e pelo fraco desempenho de produtos como o crédito consignado tradicional.

Os analistas destacam, ainda, que o terceiro trimestre marca o reajuste salarial de 5,68%, o que deve gerar pressão mínima nas despesas gerais e administrativas.

Entre os bancos, o JPMorgan vê bons resultados para o Bradesco, mas números ainda pressionados para o Banco do Brasil, cujo lucro, segundo o Safra, pode despencar 64%.

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Santander: abrindo a porteira

O Santander será o primeiro a apresentar resultados, com expectativa de melhora operacional após um segundo trimestre considerado modesto.

O UBS BB projeta que, após queda de 1% na carteira de crédito no 2T25, o banco deve mostrar leve recuperação, ainda que a valorização do real continue pressionando a carteira corporativa, mas com menor intensidade.

O Safra prevê lucro praticamente estável na comparação trimestral, com piora da margem financeira (NII) — a mais fraca do ano — devido ao maior número de dias úteis e ao gap elevado de 12 meses na taxa média de juros.

Já a carteira de crédito deve acelerar, puxada por PMEs, financiamentos e cartões de crédito, especialmente no segmento de alta renda.

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“As provisões líquidas devem permanecer praticamente estáveis (custo de risco -6bps t/t), enquanto os NPLs seguem sob pressão”, aponta o Safra.

Corretora Lucro (R$ bi) Variação (Ano) ROE (%)
J.P. Morgan 3,8 3% 16,6
Safra 3,65 -0,5% 15,9
UBS BB 3,77 2,9% 16,2

Bradesco: o retorno do gigante?

Depois de uma longa travessia no deserto, o Bradesco deve ser o destaque da temporada, segundo consenso entre as casas de análise.

A Genial Investimentos projeta mais um trimestre de recuperação da rentabilidade, com crescimento robusto de receitas e inadimplência sob controle, resultando em novo avanço sequencial do lucro.

“Vemos continuidade do plano de reestruturação — fechamento de agências, redução de headcount, digitalização gradual do varejo massificado, foco no cliente de alta renda e busca por mais eficiência e agilidade”, diz o relatório.

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O UBS BB reforça a tendência positiva, destacando a expansão adicional da margem de clientes, sustentada por captação mais barata e recuperação do crédito.

Já o JPMorgan cita evolução das despesas, já que o banco aproveitou o bom momento da receita para reforçar provisões legais.

“Os NPLs continuam sob controle, mas esperamos leve deterioração no custo do risco, principalmente ligada à John Deere, com pressão nos empréstimos para o agronegócio”, afirma o banco.

O Safra acrescenta que o segmento de seguros deve reportar outro trimestre forte, possivelmente superando o guidance anual.

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Para 2026, o Bradesco deve acelerar investimentos em opex, apoiado por receita robusta, o que levará a um crescimento de 7% na linha.

Banco Lucro (R$ bi) Variação (Ano) ROE (%)
J.P. Morgan 6,2 20,1% 14,7
Safra 6,29 20,4% 15,0
UBS BB 6,27 20,1% 14,9

Itaú: consistência que fala por si

O Itaú Unibanco (ITUB4) continua sendo o banco mais consistente do país, e o terceiro trimestre não deve ser diferente.

A Genial projeta lucro recorde de R$ 11,84 bilhões, um pouco abaixo do consenso, mas com alta sequencial de 2,9% e crescimento anual de 10,9%.

O ROE (Return on Equity, retorno sobre o patrimônio líquido) deve atingir 22,1%, consolidando o Itaú como o mais rentável e capitalizado entre os grandes bancos.

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“Mantemos visão construtiva para 2025, com expectativa de crescimento de lucro em dois dígitos e foco em ganhos de eficiência — via redução de agências, otimização de headcount e monetização gradual do Super App One Itaú”, diz a casa.

O JPMorgan vê um trimestre sem surpresas, o que reforça a tese de investimento no banco, enquanto o Safra destaca a forte originação de linhas governamentais para PMEs como principal driver de crescimento.

Apesar disso, o Safra espera desempenho mais fraco do NII (+0,8% t/t), devido à sazonalidade desfavorável nas operações estruturadas de atacado.

Banco Lucro (R$ bi) Variação (Ano) ROE (%)
J.P. Morgan 11,8 10,6% 23,0
Safra 11,80 10,6% 23,2
UBS BB 11,93 11,8% 23,2

Banco do Brasil: a ovelha negra da safra

O Banco do Brasil deve novamente entregar o pior resultado do ano, segundo a Genial, pressionado pela alta da inadimplência.

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Enquanto os pares mantêm ou ampliam a rentabilidade, o ROE do BB deve cair abaixo de 10%, mesmo com suporte regulatório da MP 1.314.

“Os dados do Bacen reforçam o quadro desafiador no agro, sobretudo entre produtores alavancados do Centro-Oeste, que representam cerca de um terço da carteira”, afirma o relatório.

O Safra também prevê queda acentuada de 64% no lucro, destacando que a deterioração rural deve gerar alta de 159bps t/t nos NPLs de 90 dias, além de pressão adicional das PMEs, com aumento de 14bps.

Já o JPMorgan aponta que as expectativas dos investidores pioraram após atrasos na MP 1.314/2025, que permitiria refinanciamento do agronegócio.

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“Enquanto há alguns meses se esperava um trimestre semelhante ao anterior, acreditamos agora em um 3T25 mais desafiador”, escreve o banco.

Corretora Lucro Líquido (R$ bi) Variação YoY ROE (%)
J.P. Morgan 3,6 12–13
Safra 3,48 -63,4% 7,8
UBS BB

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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