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BBAS3, BBDC4, ITUB4 ou SANB11? XP recomenda apenas dois ‘bancões’ de olho no 1T24

17 abr 2024, 12:52 - atualizado em 17 abr 2024, 12:52
bancos xp investimentos
A XP Investimentos acredita que os resultados do 1T24 estarão bem alinhados com suas preferências setoriais (Imagem: Flávya Pereira/ Money Times)

Para os grandes bancos, mesmo com a sazonalidade historicamente negativa do primeiro trimestre (conhecida como “efeito Pindaíba”, que envolve uma taxa de inadimplência ligeiramente maior devido ao aumento das despesas relacionadas às festas de fim de ano e aos impostos anuais concentrados no início do ano), a XP Investimentos espera que o primeiro trimestre mantenha as tendências observadas no quarto trimestre.

Segundo a corretora, os NPLs ainda se encontram a um nível elevado, mas espera-se que continuem a sua trajetória descendente, enquanto o custo do crédito também deverá diminuir.

Consequentemente, eles preveem um maior apetite ao risco, com alguns bancos apresentando oportunidades de crescimento em linhas de crédito mais arriscadas.

Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú Unibanco (ITUB4), apesar de enfrentarem comparações desafiadoras, devem manter a recente tendência positiva de crescimento da carteira de crédito e apresentar taxas de inadimplência relativamente estáveis.

De forma geral, eles acreditam que os resultados do 1T24 estarão bem alinhados com suas preferências setoriais, com Itaú e Banco do Brasil se destacando na temporada.

O relatório foi elaborado pelos analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, sendo publicado na terça-feira (16).

Visão da XP para os bancos no 1T24

Banco do Brasil (BBAS3)

A XP espera mais um trimestre de crescimento robusto na carteira de crédito do Banco do Brasil, provavelmente em linha com o ponto médio do seu guidance (8% – 12%), apesar das recentes preocupações relacionadas com uma desaceleração mais forte do que o previsto no setor do agronegócio.

“O BB aparentemente tem conseguido navegar neste cenário mais difícil. Esperamos que a sua margem financeira bruta aumente 14% em comparação com o ano passado e -6,6% em relação ao trimestre anterior, principalmente devido a operações de crédito mais modestas”, discorre.

No que diz respeito à taxa de inadimplência (NPL acima de 90), a XP preve um ligeiro aumento (+10bps para 3,0%), que está entre as mais baixas do setor e reflete o perfil defensivo da sua carteira.

Como resultado, os analistas dizem que o índice de cobertura da empresa se mantenha elevado, em 190% (-70bps T/T).

“Antecipamos um resultado líquido das operações correntes de R$ 8,7 bilhões no primeiro trimestre (+6,2% A/A e -1,6% T/T), resultando numa rentabilidade do capital próprio (ROE) de 21,3% para o Banco do Brasil”, completa.

Itaú Unibanco (ITUB4)

Por mais um trimestre consecutivo, a XP espera que o Itaú Unibanco apresente um crescimento de apenas um dígito na sua carteira de crédito, negativamente impactado pela sazonalidade e pelo menor número de dias úteis.

O NII deverá continuar a ser impulsionado pelo aumento da carteira de crédito, aumentando 8,5% A/A e -1,3% em termos trimestrais. Adicionalmente, a corretora prevê que o NPL se mantenha estável no trimestre, em 2,8%, juntamente com um sólido índice de cobertura de 209% (-300bps no trimestre).

O custo do crédito deverá continuar a sua tendência descendente e registar uma redução de -7,6% A/A e de -8,2% face ao trimestre anterior.

O resultado líquido deverá manter a sua tendência positiva e registar um sólido crescimento de 16,1% no ano (+4,2% T/T).

“Em suma, não prevemos que os resultados trimestrais provoquem uma forte reação do mercado (nem positiva nem negativa)”, completa.

Bradesco (BBDC4)

A XP antecipou uma redução de -1,4% A/A (+1,0% T/T) na carteira de crédito do banco neste trimestre, refletindo concessões de crédito conservadoras e um início de ano lento.

“Esperamos que o Bradesco apresente um decréscimo de 1% em relação ao ano anterior (+2,2% T/T), influenciado por spreads mais apertados e um mix de crédito defensivo”, pondera.

Os analistas veem aumento marginal na taxa de inadimplência no 1T24 (10bps para 5,3%) devido à sazonalidade.

No entanto, à medida que o ano avança e as novas safras têm um melhor desempenho, a XP espera que o banco recupere o controle sobre a inadimplência. Isto deverá resultar num índice de cobertura próximo de 188% (-226bps T/T).

Consequentemente, antecipamos uma queda no resultado recorrente do Bradesco (BBDC4) (-11,6% no ano, mas +31,4% T/T) e um ROE de 9,5%.

Santander (SANB11)

A XP vê aumento de 5% na carteira de crédito do Santander Brasil (SANB11) no 1T24 (+1,5% T/T), uma vez que o banco está aumentando ligeiramente o seu apetite pelo risco.

A sua margem financeira (NI) deverá registar um crescimento de 9,5% A/A, e +3,1% T/T. As receitas de tarifas deverão registar um ligeiro aumento de +2,5% em relação ao ano anterior.

“Antecipamos uma taxa de inadimplência marginalmente mais elevada de 3,2% (+10bps T/T), ainda em níveis controlados, e um índice de cobertura saudável (240% XPe)”, argumenta.

No entanto, destaca, isto deverá levar a um resultado líquido recorrente ainda pressionado de R$ 2,61 bilhões no trimestre (+18,5% T/T), implicando um ROE de 12,3%.

Recomendações

  • Banco do Brasil (BBAS3): compra, preço-alvo de R$ 36,50
  • Bradesco (BBDC4): neutro, preço-alvo de R$ 19,00
  • Santander (SANB11): neutro, preço-alvo de R$ 34,00
  • Itaú Unibanco (ITUB4): compra, preço-alvo R$ 35,00

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