BBAS3, BBDC4, ITUB4 ou SANB11? XP recomenda apenas dois ‘bancões’ de olho no 1T24
Para os grandes bancos, mesmo com a sazonalidade historicamente negativa do primeiro trimestre (conhecida como “efeito Pindaíba”, que envolve uma taxa de inadimplência ligeiramente maior devido ao aumento das despesas relacionadas às festas de fim de ano e aos impostos anuais concentrados no início do ano), a XP Investimentos espera que o primeiro trimestre mantenha as tendências observadas no quarto trimestre.
Segundo a corretora, os NPLs ainda se encontram a um nível elevado, mas espera-se que continuem a sua trajetória descendente, enquanto o custo do crédito também deverá diminuir.
Consequentemente, eles preveem um maior apetite ao risco, com alguns bancos apresentando oportunidades de crescimento em linhas de crédito mais arriscadas.
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Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú Unibanco (ITUB4), apesar de enfrentarem comparações desafiadoras, devem manter a recente tendência positiva de crescimento da carteira de crédito e apresentar taxas de inadimplência relativamente estáveis.
De forma geral, eles acreditam que os resultados do 1T24 estarão bem alinhados com suas preferências setoriais, com Itaú e Banco do Brasil se destacando na temporada.
O relatório foi elaborado pelos analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, sendo publicado na terça-feira (16).
Visão da XP para os bancos no 1T24
Banco do Brasil (BBAS3)
A XP espera mais um trimestre de crescimento robusto na carteira de crédito do Banco do Brasil, provavelmente em linha com o ponto médio do seu guidance (8% – 12%), apesar das recentes preocupações relacionadas com uma desaceleração mais forte do que o previsto no setor do agronegócio.
“O BB aparentemente tem conseguido navegar neste cenário mais difícil. Esperamos que a sua margem financeira bruta aumente 14% em comparação com o ano passado e -6,6% em relação ao trimestre anterior, principalmente devido a operações de crédito mais modestas”, discorre.
No que diz respeito à taxa de inadimplência (NPL acima de 90), a XP preve um ligeiro aumento (+10bps para 3,0%), que está entre as mais baixas do setor e reflete o perfil defensivo da sua carteira.
Como resultado, os analistas dizem que o índice de cobertura da empresa se mantenha elevado, em 190% (-70bps T/T).
“Antecipamos um resultado líquido das operações correntes de R$ 8,7 bilhões no primeiro trimestre (+6,2% A/A e -1,6% T/T), resultando numa rentabilidade do capital próprio (ROE) de 21,3% para o Banco do Brasil”, completa.
Itaú Unibanco (ITUB4)
Por mais um trimestre consecutivo, a XP espera que o Itaú Unibanco apresente um crescimento de apenas um dígito na sua carteira de crédito, negativamente impactado pela sazonalidade e pelo menor número de dias úteis.
O NII deverá continuar a ser impulsionado pelo aumento da carteira de crédito, aumentando 8,5% A/A e -1,3% em termos trimestrais. Adicionalmente, a corretora prevê que o NPL se mantenha estável no trimestre, em 2,8%, juntamente com um sólido índice de cobertura de 209% (-300bps no trimestre).
O custo do crédito deverá continuar a sua tendência descendente e registar uma redução de -7,6% A/A e de -8,2% face ao trimestre anterior.
O resultado líquido deverá manter a sua tendência positiva e registar um sólido crescimento de 16,1% no ano (+4,2% T/T).
“Em suma, não prevemos que os resultados trimestrais provoquem uma forte reação do mercado (nem positiva nem negativa)”, completa.
Bradesco (BBDC4)
A XP antecipou uma redução de -1,4% A/A (+1,0% T/T) na carteira de crédito do banco neste trimestre, refletindo concessões de crédito conservadoras e um início de ano lento.
“Esperamos que o Bradesco apresente um decréscimo de 1% em relação ao ano anterior (+2,2% T/T), influenciado por spreads mais apertados e um mix de crédito defensivo”, pondera.
Os analistas veem aumento marginal na taxa de inadimplência no 1T24 (10bps para 5,3%) devido à sazonalidade.
No entanto, à medida que o ano avança e as novas safras têm um melhor desempenho, a XP espera que o banco recupere o controle sobre a inadimplência. Isto deverá resultar num índice de cobertura próximo de 188% (-226bps T/T).
Consequentemente, antecipamos uma queda no resultado recorrente do Bradesco (BBDC4) (-11,6% no ano, mas +31,4% T/T) e um ROE de 9,5%.
Santander (SANB11)
A XP vê aumento de 5% na carteira de crédito do Santander Brasil (SANB11) no 1T24 (+1,5% T/T), uma vez que o banco está aumentando ligeiramente o seu apetite pelo risco.
A sua margem financeira (NI) deverá registar um crescimento de 9,5% A/A, e +3,1% T/T. As receitas de tarifas deverão registar um ligeiro aumento de +2,5% em relação ao ano anterior.
“Antecipamos uma taxa de inadimplência marginalmente mais elevada de 3,2% (+10bps T/T), ainda em níveis controlados, e um índice de cobertura saudável (240% XPe)”, argumenta.
No entanto, destaca, isto deverá levar a um resultado líquido recorrente ainda pressionado de R$ 2,61 bilhões no trimestre (+18,5% T/T), implicando um ROE de 12,3%.
Recomendações
- Banco do Brasil (BBAS3): compra, preço-alvo de R$ 36,50
- Bradesco (BBDC4): neutro, preço-alvo de R$ 19,00
- Santander (SANB11): neutro, preço-alvo de R$ 34,00
- Itaú Unibanco (ITUB4): compra, preço-alvo R$ 35,00