BBAS3, BBDC4 e as 18 empresas que mais pagam JCP e podem sofrer com planos de Haddad
O Banco do Brasil (BBAS3) foi a empresa que mais remunerou os acionistas com juros sobre capital próprio (JCP) nos últimos três anos, segundo levantamento do TradeMap. A estatal pagou em média 2,74% em JCP no período — já o dividend yield somado aos juros foram de 8,18%.
Depois do BB, aparecem Ferbasa (FESA4), com JCP médio de 1,39%. O ABC Brasil (ABCB4) e a Hypera (HYPE3) dividem a terceira posição, com proventos de 1,22% cada.
O setor de bancos lidera a lista com sete ativos, seguido pelo setor de energia elétrica com quatro, e siderurgia e água & saneamento com dois ativos cada.
Os juros sobre capital próprio entraram no radar do mercado depois do ministro Fernando Haddad confirmar, na segunda-feira (24), que a Fazenda estuda formas de acabar com os JCP no ano de 2024.
O maior pagador de JCP, o Banco do Brasil, deve ser o banco de maior capitalização mais prejudicado pela extinção dos proventos, avaliou o Bradesco BBI – que não considera o próprio Bradesco na cobertura.
“Dado que esta é uma questão importante na frente de regulamentação para os bancos, uma vez que são grandes pagadores de JCP, decidimos reavaliar nossos cálculos anteriores para analisar a magnitude do impacto”, disse o Bradesco BBI em relatório.
Os planos de Haddad
O objetivo do Governo ao acabar com os juros sobre capital próprio é coibir abusos na regra de distribuição e aumentar a arrecadação para atingir a meta de déficit primário zero das contas públicas, conforme previsto no arcabouço fiscal.
Segundo a Reuters, os planos da pasta envolvem o envio antecipado das medidas que são consideradas cruciais para o déficit zero.
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De acordo com Haddad, empresas têm usado o regime para diminuírem artificialmente o lucro e pagarem menos Imposto de Renda. Ao optar por esta forma de remuneração, ao invés de dividendos, elas podem deduzir o valor distribuído do seu lucro tributável.
Os JCP foram criados para atrair investidores no mercado de ações e facilitar autofinanciamento com recursos dos sócios, ao estimular a distribuição de lucros pelas empesas.
Em abril, ao comentar sobre a possibilidade do fim do mecanismo, o ministro Haddad explicou, no entanto, que diversas empresas estão zerando os lucros artificialmente para transformá-los em JCP.
Empresas que pagaram os maiores JCP
Empresa | Ticker | JCP médio – 12 meses | Dividend yield com JCP médio – 12 meses |
---|---|---|---|
Banco do Brasil | BBAS3 | 2,74% | 8,18% |
Ferbasa | FESA4 | 1,39% | 4,24% |
ABC Brasil | ABCB4 | 1,22% | 7,97% |
Hypera | HYPE3 | 1,22% | 3,33% |
Romi | ROMI3 | 0,93% | 8,52% |
Banrisul | BRSR6 | 0,89% | 7,62% |
Copasa | CSMG3 | 0,89% | 6,64% |
Transmissão Paulistas | TRPL4 | 0,89% | 3,86% |
Bradesco | BBDC4 | 0,83% | 4,49% |
Gerdau | GGBR4 | 0,76% | 3,17% |
Bradesco | BBDC3 | 0,75% | 4,69% |
Santander | SANB11 | 0,72% | 4,58% |
Cemig | CMIG4 | 0,66% | 6,75% |
Cemig | CMIG3 | 0,66% | 5,16% |
Tim | TIMS3 | 0,56% | 4,28% |
Dexco | DXCO3 | 0,47% | 3,43% |
Itaúsa | ITSA4 | 0,40% | 4,69% |
Copel | CPLE6 | 0,31% | 4,78% |
Sanepar | SAPR11 | 0,26% | 6,37% |
Cielo | CIEL3 | 0,18% | 4,58% |