BBAS3, ITUB4, BBDC4, SANB11: Qual ganha e qual perde com os juros maiores, segundo Safra
O Banco Safra afirmou que o Banco do Brasil (BBAS3) será o “principal vencedor” referente a uma prorrogação da alta das taxas de juros. Segundo o relatório enviado ao mercado nesta quinta (6), o Bradesco (BBDC4) é o perdedor deste cenário.
Com a incorporação de juros mais altos por mais tempo, o Banco Safra atualizou o modelo para os bancos de grande capitalização.
Os analistas ajustaram a projeção diante de juros mais altos pela frente. Para a Selic, o banco avalia que as taxas vão terminar o ano em 10,25 pontos percentuais, contra 9,25 anteriores.
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Não só as altas taxas de juros, mas o banco também considerou em seu levantamento as tendências divergentes do 1T24, como, por exemplo, as margens de crédito (NIM) pressionadas, boa originação de empréstimos e a atividade no mercado de capitais.
Apesar da boa previsão para o Banco do Brasil, o Safra destacou que o Itaú (ITUB4) continua sendo “a melhor escolha”. O destaque reflete liquidação das ações brasileiras.
“Acreditamos que há uma oportunidade de compra em ações de qualidade, já que as condições de mercado ainda são desfavoráveis para ativos mais arriscados”, afirmou o analista Daniel Vaz.
Referente ao Banco do Brasil, o Safra acredita que o cenário de juros traz benefícios ao banco. “A margem dos depósitos tem uma contribuição importante para o resultado de intermediação financeira (NII) do banco, especialmente os depósitos judiciais, que atualmente custam aproximadamente 80% do CDI”, afirma.
Além disso, com o alargamento das curvas de juros, o banco vê um risco menor de déficit na Previ, uma vez que a taxa de desconto real não deve cair consideravelmente em relação aos níveis atuais.
Dessa forma, o Safra prevê lucros ajustados de R$ 37,8 bilhões e R$ 39,6 bilhões em 2024 e 2025, tendo uma variação de 2% e 4%, respectivamente.
Por que a taxa de juros derruba o Bradesco?
As margens de crédito do Bradesco ficaram abaixo do esperado pelo Safra no primeiro trimestre. Devido a isso, as ações do banco reagiram negativamente, enquanto os investidores questionam quanto tempo levaria para o banco ver um ponto de inflexão.
Além disso, o Safra destaca que o NII do mercado pode ser afetado, refletindo aos menores ganhos de gerenciamento do ciclo de vida de aplicações. “O lado positivo seria o melhor rendimento do excesso de liquidez dos bancos e das seguradoras”, ressalta o analista.
Portanto, o Safra reduziu as estimativas de lucro líquido do banco em 4% para 2024 e 2025, em R$ 17,7 bilhões e R$ 21,8 bilhões, respectivamente.
Qual será a performance de outros bancos?
Referente ao Itaú Unibanco e Santander (SANB11), o cenário de alta nas taxas de juros não deve trazer um impacto relevante ao lucro dos bancos. Contudo, o Safra vê uma ressalva positiva para o Santander.
De acordo com os analistas, o banco deve observar uma recuperação mais lenta do NII do mercado, já que
o financiamento flutuante não deve custar uma taxa CDI de um dígito.
“Ainda assim, o financiamento de veículos surpreendeu positivamente, crescendo 43% no acumulado do ano e impulsionando o NII, já que representa 12% do portfólio, comparado a 5% no Itaú e Bradesco”, destaca.
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Para o Itaú, além da venda do banco na Argentina, o Safra não vê nenhum impacto importante do cenário de taxas de juros nas previsões de lucros. Na visão do analista, o negócio de atacado deve sustentar uma rentabilidade maior, enquanto os resultados do varejo devem permanecer pressionados, mas ainda em níveis saudáveis.
“O Itaú faz hedge da exposição de seus ativos de taxa fixa, e não vemos nenhum impacto sobre a NII do mercado em meio a uma perspectiva mais alta para o longo prazo”, finaliza.