BBA alerta para ações mais impactadas por disparada do trigo com tensão no Mar Negro
A semana ficou marcada pela escaladas das tensões quanto ao cenário geopolítico entre Rússia e Ucrânia, principalmente após o fim do acordo de grãos na segunda-feira (17).
Ao todo, quase 33 milhões de toneladas métricas de milho, trigo e outros grãos foram exportados pela Ucrânia sob o acordo, que permitia o translado seguro dos produtos no Mar Negro.
Com isso, ouvimos o Itaú BBA sobre os impactos da alta do trigo para as ações do Brasil, que citou as 2 ações mais expostas ao cereal.
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Análise do Itaú BBA
Na avaliação de Gustavo Troyano, analista de alimentos e bebidas do Itaú BBA, é possível concluir, com base nas tensões geopolíticas do ano passado, quando os preços dispararam, que a commodity mais impactada foi o trigo.
Usando a escalada das tensões geopolíticas do ano passado como indicador para esse cenário novamente, podemos concluir que a commodity mais impactada foi o trigo.
“Rússia e Ucrânia juntos representam aproximadamente 30% das vendas globais de trigo, e caso os canais de exportação sejam interrompidos, assim como no ano passado, essa poderia ser a variável mais impactada das que são representativas nos custos das empresas de alimentos e bebidas listadas”, comenta.
Segundo Troyano, a oferta física de trigo do Brasil não foi afetada no ano passado, já que os Rússia e Ucrânia não são representativos na oferta direta de trigo do país.
No entanto, a redução na oferta global fez com que os preços futuros aumentassem.
Com isso, a compra de insumos afetou empresas no Brasil, pressionando as margens — principalmente do setor de massas e biscoitos.
M. Dias Branco (MDIA3) ou Camil (CAML3)?
Para o analista, M. Dias Branco (MDIA3) e Camil (CAML3), empresas listadas na B3 com maior exposição para altas do trigo, operaram bem no ano passado em meio ao cenário de pressão de custo, aumentando os estoques antes da disparada do cereal no mercado internacional.
“MDIA3 conta com maior exposição do que CAML3, logo, acreditamos que uma escalada dos preços deve impactar mais as margens da empresa. Ainda assim, ressaltamos que o cenário quanto às tensões segue incerto e as projeções se baseiam no que vimos no ano passado”, conclui.