BB Seguridade pode voltar a distribuir mais de 80% em dividendos, prevê analista
A BB Seguridade (BBSE3) está com uma avaliação atrativa e um retorno de dividendos atraente, aponta a Ativa Investimentos em relatório enviado a clientes.
Desde 2013, a empresa paga mais de 80% em dividendos, com exceção de 2020 e 2021 por conta da pandemia. “Para os próximos anos, acreditamos que o BB voltará a normalizar o pagamento de proventos”, completa.
A corretora elevou o preço-alvo de R$ 28,7 para R$ 30,6 até o final de 2022, potencial de alta de 34% ante o último fechamento.
Segundo o analista Leo Monteiro, o modelo bancassurance (parceria com o Banco do Brasil) dá à empresa boa vantagem competitiva em seus canais de distribuição e deve seguir lucrativo, mesmo com o crescimento dos canais digitais.
“Além disso, BB Seguridade possui uma diversificada e menor dependência do resultado financeiro lucro, o que lhe confere mais resiliência em um cenário de alta volatilidade na curva de juros”, destaca.
Para ele, a companhia possui uma operação resiliente: em momentos de crescimento econômico, seu desempenho operacional é positivo. Por outro lado, na recessão e alta de juros, a mesma pode se beneficiar via resultado financeiro.
“A companhia tem feito esforços para expandir seus canais de distribuição e não se tornar unicamente dependente dos canais bancários, com isso, o crescimento principalmente no digital, deve se intensificar nos próximos anos”, afirma.
Em relação aos concorrentes, o BB é a companhia que menos depende do resultado financeiro, “permitindo que ela performe melhor em cenário de juros baixo e alto volatilidade”, diz.
Riscos
Entre os riscos, a corretora cita a inflação alta, que é inversamente relacionado com a emissão de prêmios de seguros, de modo que em um cenário de alta de IPCA, a Brasilseg teria sua desempenho prejudicado.
A alta no IGP-M (índice geral de preços) também impacta diretamente nas despesas financeiras da Brasilprev, lembra.
Terceiro trimestre
A BB Seguridade mostrou mais um resultado misto, com algumas linhas agradando e outras nem tanto.
Se, no segundo trimestre, a principal vilã da empresa foi a alta da sinistralidade provocada pela Covid, a disparada do IGP-M pressionou as despesas do segmento de previdência da companhia, a BrasilPrev, nos últimos três meses.
No acumulado do ano, o indicador, também chamado de inflação dos aluguéis, acumula alta de 16,74%.
Entre julho a setembro, a empresa lucrou R$ 976 milhões, queda de 11% ante o mesmo período do ano passado e 6,5% acima do consenso. Sem o impacto da alta da inflação, o lucro teria sido de R$ 1,075 bilhão.
Por outro lado, os sinistros vieram mais baixos do que o esperado para a BrasilSeg, principalmente no rural, e da BrasilCap devido ao maior resultado financeiro, além do hedge na carteira de investimentos pré-fixados.