BB Seguridade não é imune à crise, mas tem resiliência para encarar desafios dos próximos meses
O Credit Suisse atualizou a tese de investimento para as ações da BB Seguridade (BBSE3), incorporando os resultados do primeiro trimestre de 2020 e uma perspectiva mais desafiadora para o cenário macroeconômico.
O banco reduziu as estimativas para a empresa em cerca de 10%. Assim, o lucro líquido esperado para o ano é de R$ 3,9 bilhões, e de R$ 4,2 bilhões para 2021.
“A queda de apenas 8% dos ganhos esperados em 2020, seguida do crescimento projetado de 9% em 2021, mostra a resiliência da tese de investimento, apesar do cenário extremamente adverso em meio à pandemia de covid-19”, comentaram os analistas Marcelo Telles, Otavio Tanganell e Alonso Garcia, em relatório obtido pelo Money Times.
A ala de seguros deve seguir sua trajetória de crescimento em prêmios e ganhos, apoiada pelo forte desempenho no segmento rural e na melhora das taxas de perda.
“Apesar de um ambiente operacional mais desafiador no segundo trimestre, acreditamos que os resultados dos primeiros meses de 2020 foram os piores para a BB Seguridade, dado que os números financeiros da Brasilprev devem se recuperar das perdas do último trimestre”, disse a equipe de análise.
Sendo um dos segmentos mais impactados da companhia por conta da maior aversão ao risco, o banco estima uma queda de 28% em 2020 para os ganhos da Brasilprev, com recuperação esperada de 3% em 2021.
Valuation atrativo
O Credit reiterou sua recomendação de outperform (compra) para o ativo. A relação risco/retorno parece bem atrativa para o banco.
Ainda assim, o preço-alvo foi reduzido de R$ 39,50 para R$ 34. Com isso, o potencial de valorização passa a ser de 28%.
Resultados
A BB Seguridade reportou lucro líquido ajustado de R$ 882,7 milhões no primeiro trimestre de 2020, queda de 12,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
O resultado foi influenciado pela retração do resultado financeiro, prejudicado pela redução da Selic e pelas perdas de marcação a mercado nos títulos pré-fixados longos. A alienação da participação acionária na IRB Brasil (IRBR3) também determinou a queda nos números do período.