BB Seguridade (BBSE3): Dividendos não compensam? Por que JPMorgan não recomenda compra
O JPMorgan alterou o preço-alvo do BB Seguridade (BBSE3) de R$ 40 para R$ 38 e manteve a recomendação neutra para o papel até 2025. Sim, o banco reconhece que o braço de seguros do Banco do Brasil (BBAS3) possui altos retornos de dividendos e ROE (retornos sobre o patrimônio).
Além disso, gosta do acesso da empresa a produtos de seguros premium, com a melhor rede de distribuição da categoria e diversificação de seguros.
Porém, o fato da perspectiva de uma queda da Selic (taxa básica de juros) esperada para os próximos trimestres deverá implicar em menores resultados financeiros, o que tira o brilho do papel.
Outra preocupação se dá no agronegócio. Segundo os analistas, é possível que ação perca impulso com a normalização da sinistralidade rural e a desaceleração do crescimento dos prêmios rurais e prestamistas.
Para 2024, o banco aumentou previsão de lucro em 4%, para R$ 8 bilhões. Em 2025, o JP elevou as estimativas de lucro em 1%, para R$ 8.495 bilhões.
Entre os riscos negativos, o JP nota:
- maiores perdas rurais e de vidas prejudicando as margens da BrasilSeg;
- uma inflação potencialmente mais elevada do IGPM provocando ainda mais perdas nas pensões;
- potencial desalinhamento de incentivos na oferta de produtos do banco controlador;
- risco principal na renegociação de contratos na corretora;
- maior concorrência nas pensões
Do outro lado, os riscos positivos:
- crescimento dos prêmios mais forte do que o previsto nos seguros de vida e prestamista;
- crescimento resiliente dos prêmios rurais;
- antecipação da renovação do contrato
Expectativa positiva para seguro rural do BB Seguridade
Apesar dos desafios, o BB Seguridade está com expectativas positivas para o segmento rural da BrasilSeg no segundo semestre, afirmou o diretor financeiro do braço de previdência e seguros do Banco do Brasil, Rafael Sperendio.
“(O segmento) rural trouxe um crescimento importante (no primeiro semestre)… A gente está com uma expectativa muito positiva para o segundo semestre para esse segmento”, afirmou o executivo em teleconferência após a divulgação do resultado do 2º trimestre.
Os prêmios emitidos pelo ramo rural, com uma participação total de 47,1% em relação às demais áreas — como habitacional e residencial — cresceram 4,2% nos primeiros seis meses do ano, na comparação com o mesmo período em 2023, mas recuaram 3,2% no segundo trimestre ante abril a junho do ano passado.
Com Reuters