BB Seguridade: agora a vilã é a inflação; veja o que fazer com a ação
A BB Seguridade (BBSE3) mostrou mais um resultado misto, com algumas linhas agradando e outras nem tanto.
Se, no segundo trimestre, a principal vilã da empresa foi a alta da sinistralidade provocada pela Covid, a disparada do IGP-M (Índice Geral de Preços Médios) pressionou as despesas do segmento de previdência da companhia, a BrasilPrev nos últimos três meses.
No acumulado do ano, o IGP-M, também chamado de inflação dos aluguéis, acumula alta de 16,74%.
Entre julho a setembro, a empresa lucrou R$ 976 milhões, queda de 11% ante o mesmo período do ano passado e 6,5% acima do consenso. Sem o impacto da alta da inflação, o lucro teria sido de R$ 1,075 bilhão.
Por outro lado, os sinistros vieram mais baixos do que o esperado para a BrasilSeg, principalmente no rural, e da BrasilCap devido ao maior resultado financeiro, além do hedge na carteira de investimentos pré-fixados.
Já a Genial lembra que a BrasilSeg continuou a sentir os impactos da maior sinistralidade em produtos de vida, em decorrência de parte dos sinistros da segunda onda da pandemia terem sido reportados somente no terceiro trimestre.
A sinistralidade no trimestre caiu 9,8 pontos percentuais, o que, segundo o Safra, sugere um cenário melhor no próximo trimestre, com os casos da Covid em tendência de queda.
A Ativa destaca que a BB Corretora segue com números fortes, com lucro 6% maior do que no mesmo período do ano passado, sustentado pelo crescimento da receita com corretagem em 3%.
Vale ter BB Seguridade na carteira ?
Mesmo com a queda anual do lucro, os analistas seguem otimistas com o papel da BB Seguridade, ressaltando que a empresa seguirá mostrando sinais de recuperação.
“Vemos que os resultados da BBSE foram ligeiramente negativos, apesar da expectativa de números mistos, com bom resultado na divisão de corretagem, compensados por desempenho mais fraco na divisão de plano de pensão”, argumenta o Safra.
Mesmo assim, os analistas Luis F. Azevedo, Silvio Dória e Gabriel Pucci, que assinam o relatório, dizem que a queda do IGP-M, aliada ao aumento do IPCA, deve trazer um saldo positivo ao resultado financeiro da Brasilprev.
Além disso, o trio calcula que a ação está em preço bastante atraente, negociado a 9,7 vezes o preço sobre o lucro (P/L). A média histórica dos últimos cinco anos foi de 13,4 vezes.
Já a Ativa enxerga boas perspectivas para o negócio de previdência e seguros, “que apesar de pressionados no curto prazo, devem continuar crescendo em prêmios no longo prazo”.
Boas perspectivas
Para a Genial, mesmo com resultado abaixo das expectativas, o ambiente será positivo para BB Seguridade daqui para frente.
“O aumento da Selic deve contribuir para o resultado financeiro da companhia, assim como a expectativa de arrefecimento da sinistralidade com o acelerado ritmo de vacinação, e a tendência de fechamento do descasamento entre IGP-M e IPCA”, afirma.
E, por fim, o Credit Suisse acrescenta que os resultados sequenciais seguem melhorando. Os analistas Marcelo Telles, Daniel Vaz e Bruna Amorim preveem resultados financeiros mais elevados, com taxas de juros mais altas e menor impacto dos efeitos de incompatibilidade entre IPCA e IGP-M.
Veja as recomendações
Corretora | Recomendação | Preço-alvo | Potencial de alta |
---|---|---|---|
Genial | Compra | R$ 30 | 32% |
Safra | Compra | R$ 38 | 66% |
Credit Suisse | Compra | R$ 27,50 | 21,50% |
Ativa | Compra | R$ 28 | 25% |