BB Investimentos vê potencial de alta de quase 70% para BDR da XP, em início de cobertura
O BB Investimentos iniciou a cobertura das BDRs (Brazilian Depositary Receipts, certificados emitidos no Brasil que possuem como lastro ações emitidas no exterior) da XP Inc. (XPBR31) com recomendação de compra, sob perspectiva de continuidade do crescimento dos ativos sob custódia (AuC), porém, em menor velocidade.
O preço-alvo sugerido pela instituição para o fim de 2022 é de R$ 269,50 (US$ 49), representando um potencial de valorização de 69,1% sobre a cotação desta segunda-feira (22), de R$ 159,42.
Desaceleração
Os ativos sob custódia (AuC), responsáveis por boa parte da formação de receitas da companhia, cresceram muito desde 2018. No entanto, houve uma desaceleração nos últimos trimestres, com crescimento anualizado de pouco mais de 27% nos três primeiros trimestre de 2021.
O BB Investimentos estima crescimento anual de 25% para 2022, com expectativa de redução gradual no longo prazo.
O analista Henrique Tomaz disse, em relatório divulgado nesta terça, que a redução no ritmo se deve principalmente à base já elevada de clientes que a XP conquistou ao longo dos anos, além de uma maior concorrência com as empresas que atuam no mesmo segmento, como o BTG Pactual (BPAC11).
“Esses novos integrantes do sistema financeiro também disputam o público investidor, assim como os bancos tradicionais, que estão se reinventando para defender sua base de clientes com portfólio mais abrangente de produtos de investimentos”, afirmou.
O aumento do cenário competitivo também levou a uma queda na receita gerada por AuC (take rate) da XP, de 1,540%, no início de 2018 para 1,267% no terceiro trimestre de 2021.
O BB Investimentos projeta ritmo moderado de redução no take rate, com estabilização em 1,1% no longo prazo.
A XP também gera receitas em outros segmentos (investidores institucionais, mercado de capitais, banking), que devem continuar crescendo, mas também em ritmo menor ao da linha de varejo.
Segundo o BB Investimentos, a participação desses segmentos deve subir de 22% para 24,5% no longo prazo.