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BB Investimentos reduz preços-alvo de CSN, Usiminas e Gerdau para 2020

17 out 2019, 14:32 - atualizado em 17 out 2019, 14:32
Relatório do BB-Investimentos reduz preços-alvo das ações das três maiores siderúrgicas (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Por Investing.com 

Em relatório divulgado a clientes nesta quinta-feira, o Banco do Brasil Investimentos (BB-BI) apresentou as recomendações e preços-alvo para as ações da siderúrgicas para 2020, com CSN (CSNA3) indo de R$ 20,50 para R$ 18,00 e Gerdau (GGBR4) de R$ 21,00 para R$ 19,00, com rating Outperform nos dois casos. Já para Usiminas (USIM5), o corte foi de R$ 10,50 para R$ 9,00, com a manutenção de Market Perform.

A equipe do banco destaca que no início do ano, as perspectivas eram otimistas para o setor com a retomada gradual da economia, com alguns desafios sendo superados pelas empresas. No entanto, diversos fatos esperados e não-esperados, como a escalada da guerra comercial e o evento de Brumadinho, levaram às revisões de preços das companhias ao longo do semestre, porém agora os preços-alvos para 2020 já incorporam os últimos eventos e as expectativas para o restante do ano.

Os analistas avaliam que a escalada da guerra comercial afetou em grande proporção as ações das empresas no segmento. Somado a isso, o evento de Brumadinho alavancou consideravelmente os preços do minério de ferro, contribuindo para maiores receitas advindas de mineração, de fato, entretanto ao preço de maiores custos na siderurgia, pressionando, assim, as margens.

Além disso, as expectativas com relação a recuperação da economia doméstica arrefeceram ao longo do semestre com o Bacen revisando subsequentemente suas projeções do PIB 2019 para baixo, de 2,5% no início do ano para 0,87% no último relatório Focus (10/11).

Na mesma direção, a demanda no mercado interno não veio, limitando aumento de preços, apesar do metal spread favorável no período, ao mesmo tempo que os custos dispararam, pressionando os resultados das companhias e jogando as margens para baixo.

O BB-BI destaca ainda que o cenário de recessão dos últimos anos forçou um controle de caixa mais restritivo e melhor gestão dos passivos. Neste sentido, ações como monitoramento de alavancagem e redução de capex de manutenção foram necessárias. Assim, os importantes altos-fornos das companhias, CSN (AF#3 Volta Redonda), Gerdau (AF#1 Ouro Branco) e Usiminas (AF#3 Ipatinga) chegam ao seu limite de uso, elevando custos de produção. Primeiro CSN, então Gerdau e em dois anos Usiminas, todas suspenderam ou suspenderão suas operações em um certo ponto a fim de renovar suas estruturas e recuperar o desempenho operacional de outrora.

Para o segundo semestre, os analistas enxergam as margens ainda pressionadas por elevados custos devido aos preços mais altos de matérias-primas, especialmente minério de ferro, e receitas limitadas, dada a dificuldade de repassar preços em razão da tímida demanda.

Externamente, as implicações da guerra comercial e uma possível desaceleração econômica global, juntamente com menores preços de aço nos mercados internacionais devido aos menores preços de sucata poderiam colocar pressão extra nos resultados.

Para 2020, eles acreditam em um cenário menos pessimista, com a economia brasileira recuperando, mesmo que levemente, em resposta ao progresso nas reformas estruturais, como Previdência e Fiscal. A demanda por aços longos e planos deve ser beneficiada, contribuindo para maiores preços e melhores margens, especialmente para as companhias onde as reformas dos AFs já tenham sido concluídas.

A CSN} abre a temporada de balanços entre as siderúrgicas no dia 23, com Usiminas apresentando seus resultados no dia 26. Já os números da Gerdau serão conhecidos no dia 30, todo no mês de outubro.