BB Investimentos espera melhora no cenário do agro em 2025, mas recomenda cautela com setor de proteínas
O ano de 2024 ficou marcado pelo bom desempenho dos frigoríficos no universo do agronegócio. Para 2025, o BB Investimentos espera uma melhora para soja e milho, em função de uma safra mais robusta, enquanto os pecuaristas devem ser favorecidos pela inversão do ciclo bovino.
“Prevemos que as dificuldades para os produtores de soja ainda persistam, à medida em que ainda observamos uma relação de troca (fertilizantes/soja) bastante desfavorável e as cotações em dólares ainda pressionadas. Contudo, essas dificuldades poderão ser amenizadas, em parte, por um real mais desvalorizado em comparação ao do ano anterior e por uma safra 2024/25 recorde”, diz Georgia Jorge.
Para os produtores de milho, as perspectivas são mais positivas, segundo o banco de investimentos. O estoque/uso mundial estão nos menores patamares dos últimos anos, o que favorece a elevação das cotações em dólar. O banco espera ainda uma recuperação da produtividade e um câmbio mais benigno aos exportadores.
O mercado de carnes
Para a carne bovina, o BB Investimentos observa que os primeiros sinais de inversão de ciclo já estão aparecendo com redução no volume de animais para abate. Com uma demanda externa ainda aquecida, o preço da arroba do boi deve ficar em patamares mais elevados ao longo do ano.
“Esse movimento deve prejudicar as margens dos frigoríficos, que dependerão de manutenção de uma demanda aquecida, em especial nas exportações, para conseguir repassar esses custos visando à manutenção das suas margens”.
Quanto a aves e suínos, os analistas acreditam que as proteínas devam se beneficiar no mercado interno, de uma proteína bovina mais cara, diante da substituição por parte dos consumidores.
“No caso da proteína de aves, ainda vislumbramos um ano marcado por exportações robustas. O ponto de alerta fica por conta da elevação dos custos por cabeça, diante da perspectiva de um milho mais valorizado”, explicam.
As recomendações do agronegócio para o BB
Em dezembro, o destaque negativo no agronegócio ficou por conta de companhias mais alavancadas financeiramente Minerva Foods (BEEF3) ou que estão em um momento operacional mais desafiador, como é o caso da M. Dias Branco (MDIA3).
Na ponta oposta, o destaque foi para as companhias expostas à proteína de aves e suína, entre elas BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3).
Empresa | Ticker | Preço-alvo (R$) | Potencial de alta (%) | Recomendação |
---|---|---|---|---|
Ambev | ABEV3 | 16 | 40.50% | Compra |
Minerva | BEEF3 | 10 | 101.20% | Neutra |
BRF | BRFS3 | 33 | 36.60% | Compra |
JBS | JBSS3 | 47 | 34.40% | Compra |
M. Dias Branco | MDIA3 | 42 | 107.20% | Neutra |
Marfrig | MRFG3 | 23 | 41.80% | Compra |
Ourofino | OFSA3 | 21 | 27% | Neutra |
SLC Agrícola | SLCE3 | 26 | 46.20% | Compra |
Boa Safra | SOJA3 | 20.8 | 93.80% | Neutra |