Comprar ou vender?

BB Investimentos corta preço-alvo de Casas Bahia (BHIA3) em 31%, apesar de momento ‘mais favorável’; é hora de vender?

17 out 2024, 11:53 - atualizado em 17 out 2024, 13:38
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Analista diz que Casas Bahia está está em momento mais favorável, mas ainda merece cautela (Imagem: Divulgação/Casas Bahia)

O BB Investimentos cortou o preço-alvo de Casas Bahia (BHIA3) em 31%, após incorporar os resultados da companhia no primeiro semestre de 2024 e as premissas macroeconômicas. A casa de reduziu o alvo de R$ 9,80 para R$ 6,70 e manteve a recomendação de venda das ações.

O analista Andréa Aznar diz que a varejista está em um momento “mais favorável”, conforme observado no balanço do segundo trimestre deste ano. No entanto, ele destaca que o caso ainda merece cautela.

“Caso nos próximos trimestres a empresa continue apresentando melhorias operacionais e consiga retomar o crescimento de receita, consideraremos revisitar nossas premissas de longo prazo”, afirma.

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Do lado macroeconômico, Aznar reconhece que alguns dados estão positivos para o setor – como a baixa taxa de desemprego e o aumento na renda das famílias. No entanto, ressalta que a alta da Selic encarece o crédito e afeta diretamente a compra de bens duráveis, que são os produtos core da companhia.

O BB entende que a Casas Bahia segue com um “desequilíbrio na relação risco-retorno”. Por isso, mantém a recomendação de venda, apesar do potencial de alta implícito do preço-alvo em relação à cotação atual da ação – de cerca de 48%.

BHIA3 cai mais de 60% no ano, refletindo principalmente o aumento da taxa básica de juros. Para o BB, os principais riscos à tese são: ineficiência na execução do plano estratégico; resultado do desenvolvimento da omnicanalidade abaixo do esperado; incapacidade de atrair e reter vendedores no marketplace e de escalar e rentabilizar a solução financeira; e incremento das provisões.

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O plano de transformação da Casas Bahia

Após um ano do anúncio do plano de transformação, a Casas Bahia se encontra na segunda fase do projeto, que tem foco em investimentos seletos que priorizam o fortalecimento do core da companhia e o aumento de receita.

A primeira fase do plano teve como prioridade a melhoria de margens e a manutenção de uma operação eficiente, mesmo que a contrapartida fosse a queda de receita.

Segundo a companhia, a terceira fase se iniciará em maio de 2025 e tem como prioridades revisar a estratégia da empresa com foco em expansão, a melhoria da experiência nos canais físico e online e a capacitação em temas críticos.

O analista do BB Investimentos ressalta que a varejista tem cumprido com as entregas programadas no plano e os resultados desses ajustes estão sendo percebidos, apesar de ainda não terem alterado de forma significativa as expectativas para o grupo.

Aznar diz ainda que o reperfilamento da dívida realizado este ano foi uma das mudanças mais impactantes para a companhia, pois diminuiu a pressão de curto prazo no caixa ao alongar a dívida para 72 meses e reduzir 1,5 ponto percentual (p.p.) no custo.