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BB Investimentos: 58% do preço-alvo do Inter (BIDI11) “evaporam” depois de resultados

18 maio 2022, 20:07 - atualizado em 19 maio 2022, 0:11
Banco Inter
Vale comprar Banco Inter depois dos resultados? BB Investimentos continua pessimista com papel (Imagem: Facebook/Inter)

O BB Investimentos derrubou o preço-alvo do Inter (BIDI11) em 58%, de R$ 51 para R$ 21, e rebaixou a recomendação de compra para neutra, após o banco entregar resultados considerados fracos pela corretora.

Mesmo assim, o preço tem potencial de alta de 46%, o que, segundo o BB, significa o “benefício da dúvida que estamos atribuindo quanto à possibilidade de lucros futuros crescentes”.

“Salientamos se tratar de um cenário sujeito a risco e volatilidade elevados”, completa.

Nesta sessão, o Inter voltou a liderar as perdas do Ibovespa, com queda de 8,62%.

Segundo o analista Rafael Reis, que assina o documento, em um ambiente de crescente ceticismo com promessas de crescimento por conta da maior aversão ao risco global, “o Inter continua sendo o Inter, crescendo às custas de rentabilidade, com as despesas pressionadas pela absorção de custos comerciais relacionados à estratégia de ganho de mercado como cashback”.

Além disso, o banco digital enfrenta os desafios tradicionalmente aplicáveis aos “bancões”, como a alta da inadimplência – no caso do Inter majoritariamente ligada à carteira de cartão de crédito.

“O descasamento do custo de captação, que cresce mais rápido do que a taxa de aplicação, se tornam incômodos, revelando fragilidades, e quase ofuscando os principais destaques dos resultados do banco, todos ligados à expansão de volumes, prateleira ou base de clientes”, argumenta.

1º trimestre do Inter

No primeiro trimestre, o banco lucrou R$ 27,5 milhões, alta de 31,8%.

Os destaques positivos, segundo o analista, foram as receitas de serviço, que cresceram 6,9% no trimestre (apesar do período sazonalmente mais fraco) e 106,6% no ano, com expansão em todas as linhas.

A carteira de crédito ampliada também foi destaque, apresentando crescimento de 6,8% no trimestre e 80,6% no ano.

Apesar disso, do lado negativo, Reis lembra a inadimplência, que se elevou em 0,5 p.p, para 3,3% de 2,8%, e direcionou a elevação íngreme de despesas com provisões, que saltaram 68,6% no trimestre e 157% no ano, acima do crescimento tanto da carteira quanto da intermediação financeira.

“A própria intermediação financeira, que pressionada pelo salto das operações de captação (+35,7% t/t e +503% a/a) encolheu 2,8% no trimestre”, coloca.

Na visão do BB, dado o contexto macro menos favorável, o Inter terá dificuldade para sustentar o otimismo um dia cativado por seu modelo de negócios junto aos investidores.

“Por reconhecer o potencial no modelo de negócios – inovador e disruptivo – mas tendo como contrapartida a falta de clareza no caminho que finalmente materialize tamanho crescimento em rentabilidade, assumiremos uma postura mais conservadora quando ao Inter“, conclui.

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